Maria da Penha Fernandes receberá proteção do governo do estado do Ceará, após sofrer ameaças pelas redes sociais, conforme informou a ministra das Cidades, Cida Gonçalves, pelo X (antigo Twitter), nesta sexta-feira (7).
A ativista foi incluída no Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos, ainda segundo a ministra. Uma atenção especial à proteção de Maria havia sido pedida por Cida no início desta semana, para o governador do Ceará, Elmano de Freitas, e à vice-governadora e secretária das Mulheres, Jade Romero.
“É inaceitável que ela esteja sendo revitimizada 18 anos após ter dado o nome a uma das leis mais importantes do mundo para prevenir e enfrentar a violência doméstica e familiar contra mulheres”, desabafou.
Casa de Maria da Penha irá virar memorial, diz ministra
A ministra também anunciou que a casa de Maria irá virar um memorial, para que a história e a memória sejam preservadas. “Maria da Penha é símbolo de resistência e avanço na luta pelos direitos das mulheres. E isso inclui preservar sua história e memória.”
Maria da Penha
Após sofrer uma dupla tentativa de feminicídio pelo então marido Marco Antonio Heredia Viveros em 1983, Maria passou 19 anos lutando por justiça. Na época dos crimes, a polícia acreditou na versão dele do que teria acontecido na noite em que deu um tiro nas costas dela enquanto ela dormia, a deixando paraplégica.
Quatro meses depois, após passar por cirurgias e tratamentos por conta dos ferimentos, ela voltou para a casa, onde foi mantida em cárcere privado por 15 dias. Além disso, Heredia também tentou eletrocutá-la enquanto ela tomava banho.
Com ajuda de familiares, Maria da Penha conseguiu fugir da casa. Em 1991, ele foi sentenciado pela primeira vez a 15 anos de prisão, mas saiu em liberdade. A segunda sentença foi dada em 1996 e ele deveria ficar 10 anos e 6 meses preso. Porém, novamente, continuou livre.
Após anos de luta, idas até congressos, entre outros, nasceu a Lei Maria da Penha, em agosto de 2006. A Lei N. 11.340 foi sancionada pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
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