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Lula fala em isentar de IR participação nos lucros recebida por trabalhadores

Atualmente, isenção vale para PLRs de até R$ 6 mil; ideia em análise pretende acabar com a cobrança em qualquer faixa

Publicado em: 01/05/2023 às 21h:00 Última atualização: 06/03/2024 às 11h:41
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta segunda-feira (1º) que o governo estuda isentar da cobrança do Imposto de Renda a participação nos lucros e resultados (PLR) paga aos trabalhadores. Segundo Lula, o assunto está sendo discutido pela equipe do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Atualmente, a isenção vale para PLRs de até R$ 6 mil, a ideia em análise seria acabar com a cobrança em qualquer faixa.

Lula quer isentar de IR participação nos lucros recebida por trabalhadores



Lula quer isentar de IR participação nos lucros recebida por trabalhadores

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

“Se o patrão não paga imposto de renda sobre o lucro, se o patrão não paga imposto de renda sobre os dividendos que ele recebe, por que os trabalhadores têm de pagar imposto no PLR? Então nós estamos estudando, o Haddad estava na reunião (com as centrais sindicais, na quinta-feira), nós estamos estudando, quem sabe para o próximo ano”, disse o presidente, durante o discurso no ato unificado das centrais sindicais pelo Dia do Trabalhador, realizado ontem no Vale do Anhangabaú, em São Paulo.

Segundo Antonio Neto, presidente da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), o ministro Haddad afirmou, na reunião das centrais com Lula, que precisaria calcular o impacto da proposta. “A isenção até 6 mil nós conseguimos em 2012, com o Mantega (Guido Mantega, ex-ministro da Fazenda no governo Dilma Rousseff). Queremos agora a ampliação da isenção” Na época, os sindicalistas defendiam a isenção até R$ 20 mil.

Ao ser questionado sobre o que aconteceria se a isenção de lucros e dividendos caísse, o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, afirmou que, nesse caso, não caberia a isenção para os trabalhadores. “É preciso ter reciprocidade”, afirmou.

Juros

A dois dias da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que vai definir a nova Selic, Lula voltou a criticar a política monetária mantida pelo atual presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto.

Segundo o presidente, a manutenção de taxas de juros mais elevadas seria responsável, “em parte, pela situação que vivemos hoje” – em referência ao desemprego o País. A Selic está hoje em 13,75% ao ano.

“Não podemos viver em um País onde a taxa de juros não controla a inflação. Ela controla, na verdade, o desemprego, porque ela é responsável por uma parte da situação que vivemos hoje”, declarou o presidente.

Ainda no discurso, Lula agradeceu as centrais sindicais por terem dado a ele novo mandato para “consertar o País”.

Em outra parte do seu discurso, o presidente afirmou que o governo investirá R$ 23 bilhões em obras de infraestrutura neste ano. “No governo passado, investiram R$ 20 bilhões em quatro anos para fazer estrada e ponte. Nós, só neste ano, vamos investir R$ 23 bilhões”, disse.

As críticas à Selic foram repetidas pelo presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Sérgio Nobre. “A partir de amanhã, o movimento sindical estará em luta permanente pela redução dos juros no País.”

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