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Janja quer ressignificar o papel de primeira-dama
Rosângela da Silva, esposa de Lula deseja ter um papel de articulação com a sociedade civil
Última atualização: 11/01/2024 11:31
A primeira-dama do Brasil, Rosângela da Silva, a Janja, avalia a possibilidade de "ressignificar o conteúdo do que é ser uma primeira-dama". Em entrevista ao Fantástico, da TV Globo, a mulher do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já mostrou a intenção de ser ativa durante o governo liderado pelo marido, com um "papel mais de articulação com a sociedade civil". As demonstrações de que a socióloga está interessada em não ser apenas coadjuvante são dadas durante e depois da campanha eleitoral na qual Lula saiu vitorioso. Foi ela quem coordenou a posse presidencial, por exemplo, com participação ativa na tomada de decisões.
Ao longo da transição, a primeira-dama tentou emplacar sua amiga Maria Helena Guarezi, ex-funcionária de Itaipu, no Ministério das Mulheres. Conterrâneas paranaenses, as duas trabalharam juntas na hidrelétrica. O cargo, no entanto, ficou com Aparecida Gonçalves, também conhecida como Cida ou Cidinha, que é especialista em gênero e violência contra a mulher. A ativista e jornalista Anielle Franco, irmã da ex-vereadora Marielle Franco - que foi assassinada em 2018 - também estava cotada para a pasta, mas foi designada para ser ministra da Igualdade Racial.
Namoro e casamento
Janja e Lula se conhecem desde a década de 1990, nos tempos das Caravanas da Cidadania, quando o petista percorria o País para discutir políticas públicas. Mas, o namoro começou oficialmente quando o petista já estava preso na Polícia Federal (PF) de Curitiba. Segundo ela, esse foi um período de "esperança e muito amor".
"Tem muitas cartas muito felizes e tem muitas cartas muito tristes, porque realmente teve momentos muito difíceis desses 580 dias", relata a socióloga. Lula e Janja casaram-se em maio, em uma cerimônia com amigos e familiares durante a pré-campanha do ex-presidente. Em conversa recente com as jornalistas, primeira-dama também se emocionou lembrando da morte da mãe por Covid-19.
Coordenação da posse
A primeira-dama planejou uma posse pouco convencional, com o presidente eleito subindo a rampa do Palácio do Planalto ao lado de "Resistência", a vira-lata que passou os 580 dias da prisão do petista em vigília diante da Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba.
A passagem da faixa foi feita por pessoas que representavam vários segmentos da sociedade brasileira. Durante o desfile, a primeira dama também teve a preocupação de que todos evitassem muitos sinais sonoros, para que os animais não se assustassem.
Janja também foi responsável pela organização das apresentações artísticas no dia da posse, no evento batizado de Festival do Futuro. A primeira-dama quis ratear os custos do festival entre os partidos que integraram a coligação durante a campanha. (AE)
Formação e carreira
Janja é formada em Sociologia pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), e tem especialização em História e MBA em Gestão Social e Sustentabilidade. Sua carreira começou na Croma Engenharia, na Usina Hidrelétrica Barra Grande. Já aos 38 anos, passou a trabalhar na Itaipu Binacional, hidrelétrica localizada na fronteira entre Brasil e Paraguai, onde permaneceu por quase 20 anos como assistente do diretor-geral e coordenadora de programas.
A primeira-dama também já atuou na Eletrobras, no Rio de Janeiro, como assessora de comunicação e relações internacionais. Além disso, Janja tem experiência profissional como professora universitária de Sociologia.
Bem-estar animal e meio ambiente são algumas bandeiras
Filiada ao PT desde 1983, Janja, que completou 56 anos em agosto, foi figura ativa na campanha do presidente. Foi ela, inclusive, a responsável pela modernização do jingle da campanha, batizado de "Sem Medo de Ser Feliz", e que também usou sua voz em comícios e eventos políticos para ajudar a eleger o marido.
Janja ama cachorros e o bem-estar animal é uma das causas que mais defende, assim como o cuidado com o meio ambiente. Outro assunto importante para ela é a proteção à infância e o combate à exploração sexual de crianças e adolescentes. Por isso, está envolvida na campanha "Faça Bonito", do Comitê Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes e da Rede ECPAT Brasil em parceria com as Redes Nacionais de Defesa dos Direitos Humanos de Crianças e Adolescentes.
Ela reforça querer ressignificar o conceito de primeira-dama e o papel do "cargo", que é historicamente ligado à ideia de trabalho assistencial. (Educa Mais Brasil)
Compromisso de apoiar pautas para as mulheres
Janja pretende apoiar pautas importantes para as mulheres, para as pessoas e para as famílias, exercendo um papel de articulação com a sociedade civil.
"Um compromisso meu, com certeza, é trazer à luz alguns temas que eu carrego na minha história, como a questão de violência contra as mulheres. Eu quero trabalhar com muita força, fazer a discussão com a sociedade. Não é com medida provisória que você resolve essa questão", afirma Janja, citando ainda o acesso à alimentação de qualidade e o combate ao racismo como outros temas caros a ela.
Após receber críticas da jornalista Eliane Cantanhede por sua postura ativa, Janja retrucou que "não fica sentada, mas vai lá e faz".
Primeira visita ao Alvorada
O presidente Lula esteve no Palácio da Alvorada, a residência oficial da Presidência, na manhã de quarta-feira. O petista fez a visita fora da agenda, sem causar alarde, na companhia da primeira-dama Janja e do ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa (PT). Lula e Janja ainda não têm residencial oficial em Brasília. O chefe do Executivo continua hospedado no hotel Meliá, cuja diária de alguns quartos chega a ultrapassar R$ 5 mil. A mudança definitiva de Lula e Janja para o Alvorada deverá ocorrer nos próximos dias, mas os assessores do petista ainda mantêm em segredo sobre a data. (AE)
A primeira-dama do Brasil, Rosângela da Silva, a Janja, avalia a possibilidade de "ressignificar o conteúdo do que é ser uma primeira-dama". Em entrevista ao Fantástico, da TV Globo, a mulher do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já mostrou a intenção de ser ativa durante o governo liderado pelo marido, com um "papel mais de articulação com a sociedade civil". As demonstrações de que a socióloga está interessada em não ser apenas coadjuvante são dadas durante e depois da campanha eleitoral na qual Lula saiu vitorioso. Foi ela quem coordenou a posse presidencial, por exemplo, com participação ativa na tomada de decisões.
Ao longo da transição, a primeira-dama tentou emplacar sua amiga Maria Helena Guarezi, ex-funcionária de Itaipu, no Ministério das Mulheres. Conterrâneas paranaenses, as duas trabalharam juntas na hidrelétrica. O cargo, no entanto, ficou com Aparecida Gonçalves, também conhecida como Cida ou Cidinha, que é especialista em gênero e violência contra a mulher. A ativista e jornalista Anielle Franco, irmã da ex-vereadora Marielle Franco - que foi assassinada em 2018 - também estava cotada para a pasta, mas foi designada para ser ministra da Igualdade Racial.
Namoro e casamento
Janja e Lula se conhecem desde a década de 1990, nos tempos das Caravanas da Cidadania, quando o petista percorria o País para discutir políticas públicas. Mas, o namoro começou oficialmente quando o petista já estava preso na Polícia Federal (PF) de Curitiba. Segundo ela, esse foi um período de "esperança e muito amor".
"Tem muitas cartas muito felizes e tem muitas cartas muito tristes, porque realmente teve momentos muito difíceis desses 580 dias", relata a socióloga. Lula e Janja casaram-se em maio, em uma cerimônia com amigos e familiares durante a pré-campanha do ex-presidente. Em conversa recente com as jornalistas, primeira-dama também se emocionou lembrando da morte da mãe por Covid-19.
Coordenação da posse
A primeira-dama planejou uma posse pouco convencional, com o presidente eleito subindo a rampa do Palácio do Planalto ao lado de "Resistência", a vira-lata que passou os 580 dias da prisão do petista em vigília diante da Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba.
A passagem da faixa foi feita por pessoas que representavam vários segmentos da sociedade brasileira. Durante o desfile, a primeira dama também teve a preocupação de que todos evitassem muitos sinais sonoros, para que os animais não se assustassem.
Janja também foi responsável pela organização das apresentações artísticas no dia da posse, no evento batizado de Festival do Futuro. A primeira-dama quis ratear os custos do festival entre os partidos que integraram a coligação durante a campanha. (AE)
Formação e carreira
Janja é formada em Sociologia pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), e tem especialização em História e MBA em Gestão Social e Sustentabilidade. Sua carreira começou na Croma Engenharia, na Usina Hidrelétrica Barra Grande. Já aos 38 anos, passou a trabalhar na Itaipu Binacional, hidrelétrica localizada na fronteira entre Brasil e Paraguai, onde permaneceu por quase 20 anos como assistente do diretor-geral e coordenadora de programas.
A primeira-dama também já atuou na Eletrobras, no Rio de Janeiro, como assessora de comunicação e relações internacionais. Além disso, Janja tem experiência profissional como professora universitária de Sociologia.
Bem-estar animal e meio ambiente são algumas bandeiras
Filiada ao PT desde 1983, Janja, que completou 56 anos em agosto, foi figura ativa na campanha do presidente. Foi ela, inclusive, a responsável pela modernização do jingle da campanha, batizado de "Sem Medo de Ser Feliz", e que também usou sua voz em comícios e eventos políticos para ajudar a eleger o marido.
Janja ama cachorros e o bem-estar animal é uma das causas que mais defende, assim como o cuidado com o meio ambiente. Outro assunto importante para ela é a proteção à infância e o combate à exploração sexual de crianças e adolescentes. Por isso, está envolvida na campanha "Faça Bonito", do Comitê Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes e da Rede ECPAT Brasil em parceria com as Redes Nacionais de Defesa dos Direitos Humanos de Crianças e Adolescentes.
Ela reforça querer ressignificar o conceito de primeira-dama e o papel do "cargo", que é historicamente ligado à ideia de trabalho assistencial. (Educa Mais Brasil)
Compromisso de apoiar pautas para as mulheres
Janja pretende apoiar pautas importantes para as mulheres, para as pessoas e para as famílias, exercendo um papel de articulação com a sociedade civil.
"Um compromisso meu, com certeza, é trazer à luz alguns temas que eu carrego na minha história, como a questão de violência contra as mulheres. Eu quero trabalhar com muita força, fazer a discussão com a sociedade. Não é com medida provisória que você resolve essa questão", afirma Janja, citando ainda o acesso à alimentação de qualidade e o combate ao racismo como outros temas caros a ela.
Após receber críticas da jornalista Eliane Cantanhede por sua postura ativa, Janja retrucou que "não fica sentada, mas vai lá e faz".
Primeira visita ao Alvorada
O presidente Lula esteve no Palácio da Alvorada, a residência oficial da Presidência, na manhã de quarta-feira. O petista fez a visita fora da agenda, sem causar alarde, na companhia da primeira-dama Janja e do ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa (PT). Lula e Janja ainda não têm residencial oficial em Brasília. O chefe do Executivo continua hospedado no hotel Meliá, cuja diária de alguns quartos chega a ultrapassar R$ 5 mil. A mudança definitiva de Lula e Janja para o Alvorada deverá ocorrer nos próximos dias, mas os assessores do petista ainda mantêm em segredo sobre a data. (AE)