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Inflação em 2022 fica acima da meta pelo segundo ano consecutivo

Teto fixado pelo Banco Central era de 5%; inflação oficial no País ficou em 5,79%. Grupo de alimentação e bebidas foi o que teve maior impacto no acumulado do ano

Publicado em: 10/01/2023 às 11h:59 Última atualização: 15/01/2024 às 17h:34
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A inflação oficial no País ficou em 5,79% em 2022, acima da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e perseguida pelo Banco Central pelo segundo ano consecutivo, conforme os dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) divulgados nesta terça-feira (10), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A meta do BC era de 3,5% ao ano, com teto de 5%.

Inflação em 2022 fica acima da meta pelo segundo ano consecutivo



Inflação em 2022 fica acima da meta pelo segundo ano consecutivo

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Em carta ao novo ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), o BC deve citar a guerra na Ucrânia e a reabertura econômica pós-Covid como as principais justificativas para não cumprir a meta de inflação pelo segundo ano seguido em 2022.

O BC também deve reforçar a manutenção da taxa básica de juros, a Selic, como arma para ganhar a batalha contra a alta de preços.

Toda vez que a inflação fica fora do limite de tolerância da meta, o BC tem de explicar por que falhou na sua principal missão: a estabilidade dos preços.

Desde a criação do sistema de metas, em 1999, o BC descumpriu a meta seis vezes. Com a segunda carta seguida, o atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, se iguala a Henrique Meirelles no número de explicações oficiais à Fazenda.

Influências

O resultado de 2022 foi influenciado principalmente pelo grupo Alimentação e Bebidas (11,64%), que teve o maior impacto – de 2,41 pontos porcentuais (p.p.) no acumulado do ano. Na sequência, veio Saúde e Cuidados Pessoais, com 11,43% de variação e 1,42 p.p. de impacto.

Já a maior variação veio do grupo Vestuário (18,02%), que teve altas acima de 1% em 10 dos 12 meses do ano.

O grupo Habitação (0,07%) ficou próximo da estabilidade e os Transportes (-1,29%) tiveram a maior queda e o impacto negativo mais intenso (-0,28 p.p.) entre os nove grupos pesquisados.

Dezembro

O IPCA fechou dezembro com alta de 0,62%, ante um avanço de 0,41% em novembro, também segundo o IBGE.

A taxa também ficou acima das estimativas dos analistas do mercado financeiro ouvidos pelo Projeções Broadcast, que previam um avanço desde 0,36% a 0,61%, com mediana positiva de 0,45%.

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