Durante o inverno, a ocorrência de certas doenças se torna mais comum, entre elas as infecções no trato urinário. Hábitos como segurar a urina por muito tempo e a diminuição do consumo de água podem contribuir para desencadear uma infecção urinária.
Essa doença pode acometer homens e crianças, mas é mais comum em mulheres por conta das características anatômicas, como a uretra mais curta.
De acordo com o médico especialista em urologia Flávio Aranovich, que atende pelo Grupo São Pietro Hospitais e Clínicas, adotar medidas preventivas no dia a dia é fundamental para evitar infecções. “Nem toda infecção da via urinária pode ser prevenida, contudo, medidas que evitem ou dificultem a migração de micro-organismos estranhos à flora da bexiga ajudam a reduzir o risco”, aponta.
Aranovich explica que, de modo geral, é possível diminuir a incidência de infecções com alguns cuidados, como manter a ingestão adequada de água. “Pois consumir bastante água faz com que os rins funcionem mais e isso diminui o acúmulo de bactérias na urina; urinar após as relações sexuais; não reter a urina nem ficar muitas horas sem urinar”, recomenda. O consumo adequado de água estimula o funcionamento do aparelho urinário e ajuda a prevenir inflamações na bexiga, bem como o surgimento de pedras nos rins.
Cistite, uretrite e pielonefrite
Existem três tipos de infecção urinária, com causas diferentes entre si: cistite, uretrite e pielonefrite. Na infecção urinária temos micro-organismos oriundos da flora fecal colonizando a vagina e uretra, podendo ocasionar o quadro de uretrite. Posteriormente esses germes podem ascender a bexiga e promovendo a infecção da bexiga, chamada de cistite. Quando esses patogênicos atingem os rins temos um quadro infeccioso conhecido como pielonefrite aguda a qual inspira cuidados rigorosos em função do potencial de gravidade dessa enfermidade.
Incontinência urinária
Nos dias frios, o médico explica que o corpo transpira menos retendo mais líquido o que acelera o funcionamento dos rins ocasionando a produção de mais urina. “Neste período aumentamos o consumo de bebidas quentes tais como chimarrão, chás, chocolates quentes e café acarretando um aumento da frequência urinária, pois em sua maioria essas bebidas possuem uma substância com alto potencial diurético, a xantina.”
Diferença entre homens e mulheres
Por conta de condições anatômicas, as infecções urinárias são mais comuns em mulheres. Quando ocorre nos homens, alerta o médico, a doença requer atenção.
“A infecção urinária não é comum no homem e quando presente costuma estar relacionada a problemas urológicos, tais como doenças da próstata, litíase urinária, presença de cateteres urinários ou defeitos anatômicos da região urogenital. Homens jovens com infecção urinária frequente devem ser avaliados por um urologista”, recomenda.
No caso das mulheres, a anatomia da uretra mais curta em comparação com a do homem favorece a migração de micro-organismos da vulva em direção a bexiga promovendo o surgimento da infecção urinária. Entre os sintomas estão ardência para urinar, aumento de frequência e urgência miccional; e, ocasionalmente, dor supra púbica, sangramento na urina e febre.
O tratamento se baseia no uso de antimicrobianos. É o médico que avalia o tipo correto de medicação, de acordo com a gravidade da doença no paciente, podendo ser exigido um exame de urina se o caso for considerado mais complicado.
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