Um gaúcho de 45 anos atirou contra a ex-companheira, 40, também do Rio Grande do Sul, na Avenida Atlântica, que fica a beira-mar, em Balneário Camboriú, em Santa Catarina. O crime aconteceu por volta das 19 horas do último sábado, 24 de fevereiro.
Conforme a Polícia Civil catarinense, o agressor não aceitava o término do relacionamento de mais de 20 anos. Naquela noite o ex-casal teria se encontrado para conversar e ao receber a negativa da vítima para reatar o casamento, o homem atirou contra a mulher. Ela foi atingida no peito e na nuca.
De acordo com a delegada Ruth Henn, da Delegacia de Ptoteção à Criança e ao Adolescente, à Mulher e ao Idoso (DPCAMI), a vítima disse em depoimento que “eles estavam ali conversando e quando ela disse que não queria continuar o relacionamento, ele sacou a arma e desferiu dois disparos. A princípio a arma não funcionou. Mas um dos disparos a arma pegou no peito. Ela caiu de bruços e ele atirou na nuca, que por sorte também pegou de raspão.”
A mulher ainda disse à Polícia que enquanto estava caída escutou outro disparo. “Foi quando ele disparou contra ele mesmo”, explica a delegada. “Só que ele disparou num local nele mesmo que também não atingiu não atingiu nenhum órgão vital”, completa. O homem atirou na região da própria garganta.
Os dois foram levados em estado grave para o hospital. No entanto, a delegada informou nesta quinta-feira (29) que a mulher já recebeu alta hospitalar e está bem. Já o agressor segue internado na casa de saúde. “Está entubado, mas não corre risco de morte”, afirma Ruth.
O agressor teve a prisão preventiva decretada e está sob custódia da Polícia no hospital. “Quando receber alta, vai direto para o sistema prisional”, declara a delegada.
Relacionamento com histórico de agressões
Segundo a investigação, eles moravam há cerca de 3 anos na cidade onde o crime aconteceu. No entanto, conforme a delegada Ruth, nesse período tinham um histórico de violência doméstica. Em 2021, o homem chegou a ser preso em flagrante por lesão corporal contra a então companheira. Porém, após o alvará de soltura permaneceu preso.
Em janeiro deste ano, a vítima fez um novo boletim de ocorrência contra o agressor, dessa vez por ameaça. “Ele enviava fotos para ela segurando uma arma de fogo. Então ela solicitou medida protetiva, que foi concedida”, conta a delegada. Após esse fato, a mulher teria voltado para Santa Maria, cidade gaúcha onde residiam antes da mudança para o estado vizinho.
No dia 14 de fevereiro, a Polícia cumpriu mandado de busca e apreensão no apartamento que o homem residia em SC, porém não encontrou nenhuma arma no local. “Ele estava no local, tinha licença para ter a arma, mas os policiais não a encontram”, pontua Ruth.
A delegada afirma que arma que o agressor utilizou no dia dos fatos não é a mesma que está registrada no nome dele. “Então entre o dia da busca [mandado na casa dele] e o dia do crime ele adquiriu esse revólver, já velho e com numeração raspada. Ele deve ter adquirido de terceiros, mas isso será objeto da investigação”, acrescenta. A arma usada no crime foi apreendida.
Retorno para SC
No dia 17, a mulher retornou para a cidade catarinense e segundo a investigação, ela pediu para que o ex-companheiro deixasse a residência que moravam juntos, ele aceitou. “Eles continuaram trocando mensagens, até que no sábado ela concordou em encontrar com ele para uma conversa. Então foram até a beira-mar, próximo do apartamento onde moravam juntos antes do término, e onde aconteceu o fato”, finaliza Ruth.
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