DECISÃO

Filho do fundador da Casas Bahia é condenado a pagar R$ 30 milhões por tráfico de mulheres e exploração sexual

Justiça do Trabalho condenou o empresário Saul Klein por aliciar jovens mulheres e adolescentes com falsas promessas de trabalho e as explorar sexualmente

Publicado em: 14/07/2023 17:34
Última atualização: 14/07/2023 18:18

O empresário Saul Klein, filho do fundador das Casas Bahia, foi condenado pela Justiça do Trabalho ao pagamento de R$ 30 milhões por aliciar jovens mulheres e adolescentes com falsas promessas de trabalho e as explorar sexualmente, submetendo-as a condição análoga à escravidão. A informação foi divulgada pelo Ministério Público do Trabalho nesta sexta-feira (14).


Saul Klein foi condenado pela Justiça do Trabalho Foto: Reprodução

Segundo o MPT, que investigou o caso a partir de denúncia da organização não-governamental Justiceiras e imprensa, Klein cooptava adolescentes e jovens entre 16 e 21 anos, em situação de vulnerabilidade social e econômica, com a falsa promessa de que trabalhariam como modelos. No entanto, as vítimas eram exploradas em um sítio do empresário, sendo obrigadas a manter relações sexuais com o réu durante dias, sob forte violência psicológica e até mesmo vigilância armada.

Atuação médica questionada

Além das graves consequências psicológicas, as vítimas ainda foram contaminadas por doenças sexualmente transmissíveis, como atestado por ginecologista que as atendiam durantes os eventos.
Aliás, foi determinada a expedição de ofícios para o Conselho Regional de Medicina (CRM) de São Paulo e para Ministério Público Estadual para que apurem se os médicos que realizaram esses atendimentos às vítimas no sítio do réu cometeram infração ética ou legal e se houve infração à legislação referente à saúde pública.

A indenização de R$ 30 milhões será revertida para três instituições sem fins lucrativos. Também foram impostas restrições a Saul e, em caso de descumprimento, ele terá de pagar multa de R$ 100 mil.

O processo corre em segredo de justiça para preservar a identidade e intimidade das vítimas. Até a publicação deste texto, a reportagem buscou contato com a defesa de Saul Klein, mas sem sucesso. O espaço está aberto para manifestações. 

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