BEBÊ DE PEDRA
Feto calcificado no abdômen de idosa é descoberto após mais de 50 anos
Condição, chamada de litopedia, é considerada raríssima por especialistas
Última atualização: 20/03/2024 10:10
A indígena Daniela Almeida Vera, de 81 anos, morreu após passar por uma cirurgia para retirar um feto calcificado no abdômen dela. O "bebê de pedra" estava dentro dela há 56 anos, mas só foi descoberto recentemente.
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Conforme o portal de notícias g1, a condição, chamada de litopedia, é considerada raríssima por especialistas.
Moradora de um assentamento no município de Areal Moreira, em Mato Grosso do Sul, ela teve o diagnóstico após ser encaminhada para o Hospital Regional de Ponta Porã com dores abdominais. Quando deu entrada na casa de saúde, no dia 14 de março, ela já apresentava um quadro de infecção grave. Uma tomografia 3D foi feita no mesmo dia e constatou a presença do feto calcificado.
A idosa foi, então, encaminhada para o centro cirúrgico e, após o procedimento, para a Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). Contudo, ela não resistiu e morreu no dia seguinte, 15 de março. Segundo o secretário de saúde da Ponta Porã, Patrick Derzi, a causa da morte foi um quadro grave de infecção generalizada em decorrência de uma infecção urinária, que Daniela já tratava em sua cidade.
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"A litopedia é um tipo raro de gravidez ectópica [tipo de gravidez quando o óvulo fertilizado se desenvolve fora do útero], e ocorre quando o feto de uma gravidez abdominal não reconhecida morre e se calcifica. O 'bebê de pedra' é resultante e pode não ser detectado por décadas, e pode causar complicações futuras", explicou Derzi ao g1.
Rosely Almeida, 21, filha mais nova da vítima, relatou ao g1 que a mãe tinha medo de ir ao médico e optava por tratamentos alternativos. "A gente tá em choque, é muita tristeza. Ela era nossa mãe, a única que protegia a gente e agora ela se foi, ficamos meio perdidas", lamentou. Daniela deixa sete filhos e 40 netos.