SAÚDE

FAUSTÃO: É normal ficar poucos dias na fila de espera por transplante de coração? Especialistas respondem

Apresentador Fausto Silva ficou menos de um mês na lista e foi priorizado devido a seu estado grave, diz Ministério da Saúde

Publicado em: 27/08/2023 23:42
Última atualização: 27/08/2023 23:43

O apresentador Fausto Silva, o Faustão, fez neste domingo (27) o transplante de coração. A cirurgia durou duas horas e meia e foi considerada um sucesso pelos médicos do Hospital Albert Einstein, de São Paulo. Ele segue na UTI para observação. O risco de rejeição do órgão persiste por alguns dias.

POR QUE FAUSTÃO TEVE PRIORIDADE NA FILA DO TRANSPLANTE? MINISTÉRIO DA SAÚDE EXPLICA


Fausto Silva, o Faustão Foto: Reprodução

Internado desde o último dia 5 com quadro de insuficiência cardíaca, Faustão foi incluído na fila de espera há cerca de dez dias. A data exata não foi informada pela família nem pelas autoridades, o que levantou a discussão sobre o tempo de espera. Mas especialistas ouvidos pela reportagem dizem que não é raro, no Brasil, a espera por transplante de coração durar menos de um mês.

"Um prazo menor de 30 dias não é raro para um paciente ser transplantado de coração de acordo com os critérios de gravidade que nós temos hoje em dia. Neste ano, 60 pacientes no Brasil receberam o órgão com menos de um mês de fila de espera", afirma Gustavo Fernandes Ferreira , presidente da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO) e diretor do programa de transplante da Santa Casa.

Essa é a mesma visão de Paulo Pêgo Fernandes, professor de cirurgia torácica da Faculdade de Medicina da USP e presidente do conselho da ABTO. "(O prazo) não surpreende. Não é rotineiro, mas também não é o primeiro caso. Já tivemos casos até mais rápidos", avalia.

Existe diferentes categorias de prioridade de acordo o estado de saúde do paciente. Aquele que precisa de auxílio mecânico para o funcionamento do coração com o aparelho conhecido como ecmo, máquina extracorpórea que fornece suporte para o sistema cardíaco, é o primeiro da fila.

Depois, vêm aqueles que precisam de balões intraórticos, que ajudam a bombear o sangue. Em seguida, os pacientes que estão na UTI, com medicamentos intravenosos. Por fim, aqueles que recebem tratamento na enfermaria. Quando o receptor está em tratamento ambulatório domiciliar, vale a ordem cronológica na fila e a espera chega a alguns meses.

Para transplante de coração, são considerados critérios técnicos, como a tipagem sanguínea, compatibilidade de peso e altura, compatibilidade genética. O tamanho do órgão também é importante. "Em um paciente com prioridade, a média é de 40 dias, mas depende de todos esses fatores", diz Pego.

De acordo com o Ministério da Saúde, a lista para transplantes é única e vale tanto para os pacientes do SUS quanto para os da rede privada. Critérios de gravidade distintos para cada órgão determinam a ordem de pacientes a serem transplantados.

Quando os critérios técnicos são semelhantes, a ordem cronológica de cadastro, ou seja, a ordem de chegada, funciona como critério de desempate. Pacientes em estado crítico são atendidos com prioridade, em razão de sua condição clínica.

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