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INVESTIGAÇÃO

ESQUEMA DE RACHADINHA: Laudo comprova prática no gabinete de Carlos Bolsonaro, diz jornal

Movimentação financeira de mais de R$ 2 milhões é a prova mais consistente obtida pelo MP-RJ; envolvimento direto do parlamentar ainda é investigado

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Publicado em: 04/05/2023 às 12h:59 Última atualização: 06/03/2024 às 10h:46
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Uma movimentação financeira de R$ 2,014 milhões é a prova mais consistente levantada pelo Ministério Público do Rio (MP-RJ) na investigação de esquema de rachadinha no gabinete do vereador Carlos Bolsonaro.

Laudo comprova esquema de rachadinha em gabinete de Carlos Bolsonaro, diz jornal



Laudo comprova esquema de rachadinha em gabinete de Carlos Bolsonaro, diz jornal

Foto: Reprodução/Instagram

Chefe do gabinete desde 2018, Jorge Luiz Fernandes recebeu o montante em créditos que partiram das contas de outros seis servidores nomeados pelo filho “zero dois” do ex-presidente Jair Bolsonaro.

O laudo, obtido pelo jornal O Globo, é assinado pelo Laboratório de Tecnologia de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro do MP-RJ, e foi solicitado pela 3ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Especializada. 

O mesmo documento demonstra que Fernandes usou contas pessoais para pagar despesas de Carlos Bolsonaro. Agora, a equipe de investigação busca saber se os pagamentos eram eventuais ou regulares. Caso tenham sido regulares, ficará provado que o vereador se beneficiou diretamente do desvio dos salários de seus servidores.

O documento

O laudo já é suficiente para atribuir ao chefe de gabinete de Carlos Bolsonaro o crime de peculato. Conforme o jornal O Globo, o documento constatou que, entre 2009 e 2018, Fernandes recebeu créditos de seis funcionários:

  • Juciara da Conceição Raimundo (R$ 647 mil, em 219 lançamentos);
  • Andrea Cristina da Cruz Martins (R$ 101 mil, em 11 lançamentos);
  • Regina Célia Sobral Fernandes (R$ 814 mil, 304 lançamentos);
  • Alexander Florindo Batista Júnior (R$ 212 mil, em 53 lançamentos);
  • Thiago Medeiros da Silva (R$ 52 mil, em 18 lançamentos);
  • e Norma Rosa Fernandes Freitas (R$ 185 mil, em 83 lançamentos).

Fernandes é casado com Regina Célia, uma das depositantes, e é cunhado de Carlos Alberto Sobral Franco, que foi lotado no gabinete de Jair Bolsonaro quando o ex-presidente era deputado federal.

Funcionários da Câmara dizem que Fernandes é como um “segundo pai” para o vereador. Também conhecido como Jorge Sapão, ele trabalha no gabinete de Carlos Bolsonaro desde o primeiro mandato, em 2001.

No total, o MP-RJ investigou 27 pessoas e cinco empresas ligadas ao “zero dois”. A investigação sobre a prática de rachadinha foi motivada por reportagem publicada pela revista Época, em junho de 2019, revelando que sete parentes de Ana Cristina Valle, ex-mulher do ex-presidente e sua madrasta, foram empregados no gabinete de Carlos, mas não compareciam ao trabalho.

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