Gatos estão transmitindo uma doença para cães e humanos de forma descontrolada no Brasil, alerta o infectologista Flávio Telles, coordenador do Comitê de Micologia da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI). A Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz) observa que a doença tem tratamento para animais e humanos. No caso dos gatos, pode ser feito em uma clínica veterinária.
Leia também:
- ESPOROTRICOSE: “Não há motivo para pânico”, diz Conselho Regional de Medicina Veterinária
- ESPOROTRICOSE: Surto da doença deixa cidade da região em alerta; saiba quais são os sintomas em animais e em humanos
De 1º de janeiro a 20 de setembro deste ano, os registros de esporotricose na cidade de São Paulo deram um salto de 40% em relação ao mesmo período do ano passado. O Paraná também tem verificado crescimento nas notificações.
A doença ainda não é muito conhecida da população e o aumento de casos já foi mencionado este ano em uma nota técnica do Ministério da Saúde, que se refere à doença como “um grave problema de sáude pública”.
O assunto foi discutido no 23º Congresso Brasileiro de Infectologia, em Salvador, na Bahia. O problema é registrado também na Argentina, no Uruguai, no Paraguai e no Chile.
O CACHORRO DE NOVO HAMBURGO QUE VIROU SENSAÇÃO INTERNACIONAL NA INTERNET
O que é esporotricose?
A esporotricose é uma micose subcutânea que provoca lesões na pele. É causada pelo fungo Sporothrix brasiliensis e classificada tecnicamente como uma zoonose.
A transmissão se dá entre gatos e deles para cães e seres humanos por meio de mordidas, arranhões e do contato com as lesões dos infectados. Os gatos carregam o fungo nas garras, na saliva e no sangue, informa a SBI.
Como é o tratamento da esporotricose em humanos?
Com número crescente de casos, o Estado do Paraná é um dos poucos que fornece medicação para cães, gatos e seres humanos com a doença. O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza o remédio itraconazol e formulações lipídicas de anfotericina B somente para uso humano.
Qual o tratamento indicado para gatos?
Segundo a Fiocruz, o tratamento recomendado, na maioria dos casos, é o antifúngico itraconazol, que deve ser receitado por veterinário. A dose a ser administrada deve ser avaliada por esses profissionais, de acordo com a gravidade da doença. Mas, dependendo do caso, outros fármacos podem ser usados.
Quais são os sintomas da esporotricose?
Os sintomas aparecem logo após o contato do fungo com a pele ou mucosa. Inicialmente o sinal parece com o de uma picada de inseto e, em muitos casos, desaparece naturalmente.
Em casos mais graves, o fungo pode atingir os pulmões e provocar sintomas como tosse, dificuldade para respirar, dor e febre. Na forma pulmonar, os sintomas podem ser confundidos com os da tuberculose.
Segundo o Ministério da Saúde, o fungo também pode afetar os ossos e articulações, manifestando-se com inchaço e dor durante os movimentos, lembrando uma artrite infecciosa. Em geral, os sintomas podem variar de acordo com o estado imunológico da pessoa.
Quais são os principais tipos de esporotricose?
Esporotricose cutânea: É caracterizada por uma ou múltiplas lesões, localizadas principalmente nas mãos e braços.
Esporotricose linfocutânea: É a forma clínica mais frequente. São formados pequenos nódulos, localizados na camada da pele mais profunda, seguindo o trajeto do sistema linfático da região corporal afetada. A localização preferencial é nos membros.
Esporotricose extracutânea: Acontece quando a doença se espalha para outros locais do corpo, como ossos, mucosas, entre outros, sem comprometimento da pele.
LEIA TAMBÉM
Esporotricose disseminada: Acontece quando a doença se dissemina para outros locais do organismo, com comprometimento de vários órgãos e/ou sistemas (pulmão, ossos, fígado).
- Categorias
- Tags