PALESTRA CANCELADA

Entenda a história da frase "Deus me livre de mulher CEO", dita por empresário e que gerou revolta na internet

Tallis Gomes, disse que mulheres que são CEO de empresas não fazem "melhor uso da energia feminina"

Publicado em: 20/09/2024 21:03
Última atualização: 20/09/2024 21:03

Em publicação na sua conta no Instagram, o presidente e cofundador da escola de negócios G4 Educação, Tallis Gomes, disse que mulheres que são CEO de empresas não fazem “melhor uso da energia feminina.” “Deus me livre de mulher CEO”, escreveu Gomes, que foi fundador da Easy Taxi, vendida para a Cabify em 2017, e da Singu.

Depois de 24 horas da primeira postagem, quando o tema havia repercutido em grupos de WhatsApp que incluem advogadas e mulheres do setor empresarial, Gomes fez nova publicação, na qual pede desculpas pelo “erro” e disse ter sido “infeliz ao dizer qual tipo de mulher eu gostaria para a minha vida.”

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O empresário faria uma palestra no Instituto Caldeira, em Porto Alegre, no entanto, após a repercussão negativa, teve sua participação cancelada. 


Tallis Gomes Foto: Reprodução/ Redes Sociais



Antes da retratação, ele também recebeu comentários, nas redes sociais, de mulheres ex-alunas da G4 que diziam ter se arrependido de ter pago pelos cursos da empresa.

Por meio de nota, a G4 Educação afirmou que Gomes errou e que o posicionamento do presidente “não representa a empresa nem sua trajetória.” 

Na publicação de retratação, Gomes afirma que estava se referindo a quem gostaria de ter ao lado como mulher.

“Em momento algum no meu texto eu quis questionar a capacidade de uma mulher ser CEO, disse única e exclusivamente, com as palavras erradas e com o tom errado, quem eu gostaria do meu lado como minha mulher”, disse.

Ele continua, na publicação após a repercussão: “Minhas palavras não representam o que o G4 é como empresa. Temos o orgulho de merecer a confiança de muitas mulheres executivas de sucesso. Minhas mais sinceras desculpas por causar esse desconforto a todas vocês. O lugar das mulheres é onde elas quiserem estar.”

Na publicação original, Gomes havia escrito que “salvo raras exceções, essa mulher (CEO) vai passar por um processo de masculinização que vai colocar meu lar em quarto plano, eu em terceiro plano e os meus filhos em segundo plano.”

Ele também diz que posições como a dele exigem que o CEO seja “muito cascudo para suportar” e que “o mundo começou a desabar exatamente quando o movimento feminista começou a obrigar a mulher a fazer papel de homem” e que a mulher deve usar “a energia feminina nos lugares certos, lar e família”.

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