A cada minuto, praticamente dois celulares foram levados por ladrões ao longo do ano passado no Brasil. Ao todo, quase 1 milhão de registros desse tipo de ocorrência (937.294) foram feitos nas delegacias do País em 2023. Mas, embora a percepção da insegurança seja crescente em grandes centros urbanos, o volume total de furtos caiu 4,7% ante o ano anterior.
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Outros tipos de crimes contra o patrimônio, como roubos a estabelecimentos, de cargas ou ataques a bancos também tiveram queda. Os dados constam do Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, divulgado nesta quinta-feira (18).
O número total de roubos foi 870.320, 10,9% a menos do que no ano anterior Dependendo do objeto levado pelos ladrões, este pode ser contabilizado em mais de uma categoria de roubo, de modo que o número de registros de roubo total pode ser inferior à soma das outras categorias. O Anuário não traz um total de furtos.
O estudo mostra que vias públicas concentram o maior percentual de roubos de telefones, com oito em cada dez casos (78%). Os furtos, por sua vez, são mais espalhados: 44% foram nas vias públicas, 14% em estabelecimentos comerciais ou financeiros, e 13% dentro das próprias residências, entre outros.
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“O aparelho celular ainda é o meio híbrido que faz a passagem do crime patrimonial, de rua, para o crime patrimonial virtual-cibernético”, explica Renato Sérgio de Lima, que é presidente do Fórum.
“Proporcionalmente, os aparelhos mais visados são Iphones, da Apple. Isso não é à toa: quem tem Iphone é uma classe com maior poder aquisitivo. Roubar um iPhone é sinônimo de que ele tende a gerar mais dinheiro do que se roubar outro aparelho.”
São Paulo tem a terceira maior taxa de furtos ou roubos de celulares entre as cidades com mais de 100 mil habitantes. A capital registra 1.781,6 celulares subtraídos dentro desse grupo, ficando atrás apenas de Manaus (2.096,3) e Teresina (1.866).
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Roubos e furtos de veículos têm queda
Foi divulgado nesta quinta-feira também que, à exceção dos estelionatos, os diferentes crimes contra o patrimônio tiveram queda no ano passado. Se a redução global nas ocorrências envolvendo celulares foi de 4,7%, outros crimes tiveram diminuição maior em 2023.
Os roubos a bancos e outros tipos de instituições financeiras caíram 29,3% em relação a 2022. Treze Estados não tiveram nenhum registro e 12 apresentaram diminuição de casos. O Pará foi a única unidade da federação que registrou aumento na taxa, de 2,8%.
“Diminuiu a quantidade de circulação de carros-fortes, porque com o Pix, com o mundo virtual, diminuiu a quantidade de dinheiro em circulação, o papel moeda. Portanto diminuíram a quantidade de caixas eletrônicos”, aponta Renato Sérgio de Lima, presidente do Fórum.
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“Hoje você quase não tira dinheiro. O que antes era um negócio – estourar um caixa eletrônico – hoje se mostra uma coisa que vai render menos dinheiro e é mais arriscado. Um roubo tem uma pena mais agravada do que, por exemplo um golpe, além de ter o risco de entrar em confronto com a Polícia Militar”, acrescenta.
Outros dois crimes bastante comuns no País – os roubos e furtos de veículos – tiveram redução de 9% no ano passado. As quedas mais expressivas foram no Tocantins (-39,4%) e em Sergipe (-38%). Em São Paulo, a redução foi de 7,6%. Em compensação, Pernambuco registrou alta de 9,9% de casos.
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Os estabelecimentos comerciais, por sua vez, viram reduzir os índices de roubos em 18,8% no País; nas residências, as ocorrências caíram 17,3%; e os roubos a transeuntes tiveram variação de -13,8%.
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