Na noite da última segunda-feira (8), o Brasil perdeu a sua rainha do rock: Rita Lee. A cantora lutava contra um câncer de pulmão desde 2021, e sua equipe atualizava o estado da artista pelas redes sociais.
Conforme o Estadão, o Instituto Nacional de Câncer (Inca), as estimativas, de 2020, indicam que esse tipo de tumor é o terceiro mais comum em homens e o quarto em mulheres. No País, a doença foi responsável por 28.620 mortes em 2020.
O diagnóstico precoce é a chave para o sucesso do tratamento e da recuperação, de acordo com a oncologista Suellen Nastri, da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo. “(Para) O paciente que diagnostica esses tumores no início, a chance de cura é alta, beirando 80%, 90%.”
Assim como outros cânceres, o de pulmão é explicado por um “erro” nas células, que começam a se multiplicar de forma desordenada e descontrolada. Entre os principais fatores de risco estão o tabagismo e a exposição passiva ao tabaco. Aproximadamente oito em cada dez casos diagnosticados, o tumor está associado ao consumo de derivados de tabaco, segundo o Inca.
O tabagismo, porém, não é o único fator de risco. Poluição do ar, fatores genéticos, infecções pulmonares de repetição e exposição a agentes químicos ou físicos, como asbesto, sílica e urânio, estão associados à doença.
Existem dois tipos de câncer de pulmão, o de pequenas células e os de não pequenas células. O primeiro é mais agressivo, com crescimento rápido do tumor, e mais de 90% dos casos estão associados ao tabagismo, segundo Suellen. O segundo, por outro lado, são um “pouco mais indolentes”, de acordo com a médica, com um crescimento mais lento.
Os pacientes podem ser totalmente assintomáticos e, conforme o Inca, os sintomas aparecem, em geral, quando a doença já está em estágios mais avançados. “Se a gente tiver um nódulo pequeno dentro do pulmão, o paciente pode não sentir absolutamente nada.”
Quando houver sintomas, eles são mais locais. “Se o tumor estiver perto de um brônquio, pode ter tosse, eliminação de sangue no catarro, falta de ar. Pode haver dor torácica, se o nódulo tiver perto da parede torácica”, explica Suellen.
Rita Lee começou a ter sintomas, como crises respiratórias, no início de 2021, quando recebeu o diagnóstico, que é feito geralmente com Raio X que é complementado por uma tomografia. Depois, o paciente é submetido à biópsia para confirmação do diagnóstico.
O tratamento vai depender da extensão (estadiamento) do tumor. Segundo Suellen, nos estágios 1, 2 e 3, a cirurgia é a principal intervenção, que pode ser complementada por quimioterapia, radioterapia e imunoterapia. Quando já há metástase (células cancerosas formam tumores em partes do corpo diferentes do tumor original), conforme o Inca, “o tratamento é com quimioterapia ou, em casos selecionados, com medicação baseada em terapia-alvo”.
Remissão
Em abril de 2022, a equipe de Rita disse que o tumor foi considerado eliminado e não havia apresentado sinais de retorno. A cantora entrou, então, na fase de remissão da doença, quando a pessoa não apresenta mais sintomas.
Remissão e cura não são a mesma coisa. Inclusive, cravar que alguém está curado do câncer é algo complicado. Segundo Suellen, passa-se a falar em cura para pacientes com câncer de pulmão quando a remissão se estende por cinco anos.
Sinais e sintomas do câncer de pulmão, segundo o Inca:
- Tosse persistente;
- Escarro com sangue;
- Dor no peito;
- Rouquidão;
- Piora da falta de ar;
- Perda de peso e de apetite;
- Pneumonia recorrente ou bronquite;
- Sentir-se cansado ou fraco;
- Nos fumantes, o ritmo habitual da tosse é alterado e aparecem crises em horários incomuns.
LEIA TAMBÉM
- Categorias
- Tags