MEIO AMBIENTE

Desmatamento da Amazônia reduz 50%, mas situação do Cerrado preocupa especialistas; veja como estão os biomas brasileiros

Dados foram divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inepe)

Publicado em: 05/01/2024 16:00
Última atualização: 05/01/2024 16:00

Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram uma redução de 50% no desmatamento da Amazônia em 2023. Os números foram comparados com os índices apresentados em 2022. No entanto, o Cerrado, considerado o segundo maior bioma do país, teve um aumento de 43% na devastação durante o mesmo período. Foram 5.151 km² e 7.828 km² de área respectivamente devastada em cada ecossistema. 


Amazônia brasileira Foto: Valter Campenato/ Agência Brasil

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É a primeira vez que o sistema Deter, em operação desde 2018, registra uma área desmatada no Cerrado, que ocupa cerca de 22% do território nacional, maior que a devastada na Amazônia, que detém mais de 50% de todo o território brasileiro, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os números também representam o maior patamar de desmatamento do Cerrado já registrado pelo Deter, e o menor da Amazônia.

Os Estados do Pará, Mato Grosso, Maranhão, Tocantins e Bahia têm as maiores áreas devastadas, sendo o município de São Desidério (BA) o com maior degradação do Cerrado no ano (357 km²) e Altamira (PA) o com maior degradação da Amazônia no ano (1.284 km²).

A perda de vegetação nos dois biomas, somados, foi de 12.979 km² em 2023, um valor 18% inferior ao de 2022 (15.740 km²). Colocando em perspectiva, é como se o Brasil tivesse deixado de perder dez cidades de São Paulo em vegetação em um ano, para perder 8.

O Estadão procurou o Ministério do Meio Ambiente e das Mudanças Climáticas para comentar os dados e a situação na Amazônia e no Cerrado, mas ainda não recebeu retorno. O governo Luiz Inácio Lula da Silva tem divulgado, desde o início da gestão, a pauta ambiental como uma de suas bandeiras; seus esforços têm sido visto como positivos, mas ainda aquém do necessário por especialistas.

No ano passado, o próprio Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) já havia admitido ao Estadão que a estrutura de combate ao fogo na Amazônia é insuficiente. "Obviamente, a gente tem de se planejar melhor, ter estruturas melhores", disse Rodrigo Agostinho, presidente do órgão sob a gestão de Luiz Inácio Lula da Silva.

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Nesta semana, na terça-feira (2), os servidores do Ibama anunciaram paralisação das suas atividades de fiscalização de combate ao desmatamento, garimpo ilegal e prevenção e combate a incêndios florestais, o que pode agravar a situação. "É uma resposta direta à falta de ação e suporte efetivo aos servidores e às missões críticas que desempenhamos", justificaram na oportunidade.

Os eventos climáticos extremos, como os provocados pela intensificação do El Niño - entre eles, o fogo na Amazônia e no Cerrado ao longo de 2023 - também colaboram para aumentar o problema e exigem ação mais efetiva e coordenada do governo federal.

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