Destino de nomes importantes do bolsonarismo como o ex-vice-presidente da República Hamilton Mourão e os ex-ministros Damares Alves e Tarcísio de Freitas, o Republicanos está alinhado ao governo nas votações na Câmara Federal.
O partido ligado à Igreja Universal tem só dois deputados fiéis à orientação da oposição em 70% ou mais das votações: Tenente-coronel Zucco (RS), que obteve ampla votação no pleito do ano passado no Vale do Sinos, e Messias Donato (ES).
“Gostaria que o Republicanos seguisse a linha de oposição, pois fizemos parte da grande frente na última eleição”, diz o deputado Tenente-coronel Zucco, um dos dois únicos opositores no partido.
O Republicanos surfou na onda bolsonarista nas eleições passadas, mas agora tem 39 deputados que votam com Lula. A mudança de perfil da bancada coincide com uma redistribuição de forças na política partidária em Brasília.
Pastores foram substituídos em diretórios estaduais importantes e grandes, como Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. O núcleo religioso não participou das negociações para o Republicanos indicar um ministro na gestão Lula (PT).
Novo organograma, novo alinhamento político e 67,1% dos votos de deputados do partido foram favoráveis ao petista. Isto significa que, a cada três votos de parlamentares do Republicanos, o Planalto ganha dois deles.
O presidente do partido é deputado e ainda mais alinhado com o governo. Marcos Pereira (Republicanos-SP), que também é pastor e vice-presidente da Câmara, segue a orientação da situação em 73,8% das vezes.
Procurado pelo UOL para comentar a situação, ele não se manifestou. É ainda um dos cotados para suceder Arthur Lira (PP-AL) na presidência da Câmara em 2025.
Os deputados que se mantiveram alinhados com o bolsonarismo explicam que não podem ir contra sua base eleitoral. “Eu preciso ser coerente comigo mesmo e com meus eleitores. Não tem como fazer parte da base desse governo. As pautas, os valores e os interesses são totalmente invertidos”, disse ao UOL o deputado Zucco.
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