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BARBÁRIE

Denúncia do MP aponta que ator morto em São Paulo foi queimado vivo em ritual satânico

Vítima teria encontrado mandante do crime no dia em que desapareceu, em 27 de fevereiro

Nadine Funck
Publicado em: 10/05/2023 às 15h:28 Última atualização: 07/03/2024 às 15h:52
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O ator e drag queen Yago Henrique França, de 29 anos, foi assassinado em março deste ano. Conforme a denúncia feita pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP) à Justiça, ele foi queimado vivo em um “ritual satânico”.

Yago França



Yago França

Foto: Reprodução/Redes sociais

O corpo da vítima foi encontrado carbonizado na tarde de 7 de março, em uma área de mata em Itaperica da Serra, na Grande São Paulo. Conforme publicação nas redes sociais do ator, ele foi visto pela última vez na segunda-feira do dia 27 de fevereiro, quando saía de Capão Redondo.

O Metrópoles teve acesso ao documento. O posicionamento da promotoria se originou em um inquérito policial instaurado pelo setor de Homicídios de Proteção à Pessoa de São Bernardo do Campo, no ABC paulista, que investigou o caso. 

O que aponta laudo da perícia

  • Vias respiratórias estavam com fuligem quando corpo foi encontrado;
  • Vítima estava viva quando foi queimada;
  • Óbito ocorreu por asfixia que antecedeu-se à carbonização praticamente total do corpo;
  • Foram posicionados objetos de cunho religioso ao redor do cadáver “após ritual demoníaco”, afirma o promotor de Justiça João Augusto de Sanctis Garcia na denúncia.

Admitiu que mandou matar

Ainda conforme o portal, José Henrique Silva Santos, de 30 anos, também conhecido como drag queen Lunna Black, teria admitido à Polícia o pagamento de R$ 10 mil para o assassino de aluguel matar e sumir com o corpo do ator.

Lunna alega que o motivo da atitude teria sido a cobrança de uma dívida de ao menos R$ 40 mil que a drag queen teria com Yago, após não repassar parte dos cachês que a dupla ganhou em trabalhos artísticos feitos em parceria. Além dela, o cabeleireiro Robson Pereira Felipe e seu namorado, o pai de santo Lucas Santos de Souza, ambos de 33 anos, foram presos por participação na morte de Yago.

Em áudio publicado no Metrópoles, a drag queen conversa com o pai de santo sobre o pagamento ao assassino de aluguel. “Se ele conseguisse fazer isso [homicídio] antes da segunda-feira, seria bom viu. A bicha [vítima] ‘tá’ me perturbando para me encontrar, para sair, para comprar coisas”, diz Lunna, em trecho.  

Em resposta, Souza fala: “Aí ‘tu’ vai começar a pagar ele, o seu restante né, quando o [ininteligível] fizer as coisas, quando ele terminar tudo, né [de matar Yago]. Aí, no caso ‘tu’ vai dar a entrada para ele, certo, no caso eu, porque ele não sabe quem é você [Lunna], porque eu falei que é referente a minha casa [religiosa], né. Aí vai dar pra ele a entrada, né, e com 30 dias vai dando [o restante] para ele, entendeu?.” 

Encontro marcado com Lunna

A drag queen marcou de se encontrar com Yago no terreiro administrado pelo pai de santo, no dia 27 de fevereiro – quando foi visto pela última vez com vida. Lunna, em entrevista ao portal, disse que a vítima teria ido embora e enviado mensagens de texto informando que iria se encontrar com “um boy”.

Ela enviou prints de suposta conversa com o amigo à reportagem, na tentativa de afirmar que havia sido a última pessoa com quem Yago havia se comunicado antes de sumir. No entanto, imagens de câmera de monitoramento desmentem a versão da drag queen. Segundo a investigação, Lunna, o cabeleireiro e Souza teriam colocado a vítima, aparentemente dopada, dentro de um carro.

Foi depois disso que o assassino de aluguel teria entrado em cena, matando e carbonizando o corpo de Yago. Contudo, o laudo do IML mostra que ele foi queimado vivo. O quarto envolvido segue foragido. 

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