O ator e drag queen Yago Henrique França, de 29 anos, foi assassinado em março deste ano. Conforme a denúncia feita pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP) à Justiça, ele foi queimado vivo em um “ritual satânico”.
O corpo da vítima foi encontrado carbonizado na tarde de 7 de março, em uma área de mata em Itaperica da Serra, na Grande São Paulo. Conforme publicação nas redes sociais do ator, ele foi visto pela última vez na segunda-feira do dia 27 de fevereiro, quando saía de Capão Redondo.
O Metrópoles teve acesso ao documento. O posicionamento da promotoria se originou em um inquérito policial instaurado pelo setor de Homicídios de Proteção à Pessoa de São Bernardo do Campo, no ABC paulista, que investigou o caso.
O que aponta laudo da perícia
- Vias respiratórias estavam com fuligem quando corpo foi encontrado;
- Vítima estava viva quando foi queimada;
- Óbito ocorreu por asfixia que antecedeu-se à carbonização praticamente total do corpo;
- Foram posicionados objetos de cunho religioso ao redor do cadáver “após ritual demoníaco”, afirma o promotor de Justiça João Augusto de Sanctis Garcia na denúncia.
Admitiu que mandou matar
Ainda conforme o portal, José Henrique Silva Santos, de 30 anos, também conhecido como drag queen Lunna Black, teria admitido à Polícia o pagamento de R$ 10 mil para o assassino de aluguel matar e sumir com o corpo do ator.
Lunna alega que o motivo da atitude teria sido a cobrança de uma dívida de ao menos R$ 40 mil que a drag queen teria com Yago, após não repassar parte dos cachês que a dupla ganhou em trabalhos artísticos feitos em parceria. Além dela, o cabeleireiro Robson Pereira Felipe e seu namorado, o pai de santo Lucas Santos de Souza, ambos de 33 anos, foram presos por participação na morte de Yago.
Em áudio publicado no Metrópoles, a drag queen conversa com o pai de santo sobre o pagamento ao assassino de aluguel. “Se ele conseguisse fazer isso [homicídio] antes da segunda-feira, seria bom viu. A bicha [vítima] ‘tá’ me perturbando para me encontrar, para sair, para comprar coisas”, diz Lunna, em trecho.
Em resposta, Souza fala: “Aí ‘tu’ vai começar a pagar ele, o seu restante né, quando o [ininteligível] fizer as coisas, quando ele terminar tudo, né [de matar Yago]. Aí, no caso ‘tu’ vai dar a entrada para ele, certo, no caso eu, porque ele não sabe quem é você [Lunna], porque eu falei que é referente a minha casa [religiosa], né. Aí vai dar pra ele a entrada, né, e com 30 dias vai dando [o restante] para ele, entendeu?.”
Encontro marcado com Lunna
A drag queen marcou de se encontrar com Yago no terreiro administrado pelo pai de santo, no dia 27 de fevereiro – quando foi visto pela última vez com vida. Lunna, em entrevista ao portal, disse que a vítima teria ido embora e enviado mensagens de texto informando que iria se encontrar com “um boy”.
Ela enviou prints de suposta conversa com o amigo à reportagem, na tentativa de afirmar que havia sido a última pessoa com quem Yago havia se comunicado antes de sumir. No entanto, imagens de câmera de monitoramento desmentem a versão da drag queen. Segundo a investigação, Lunna, o cabeleireiro e Souza teriam colocado a vítima, aparentemente dopada, dentro de um carro.
Foi depois disso que o assassino de aluguel teria entrado em cena, matando e carbonizando o corpo de Yago. Contudo, o laudo do IML mostra que ele foi queimado vivo. O quarto envolvido segue foragido.
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