AEDES AEGYPTI

DENGUE: El Niño e altas temperaturas favorecem aumento de casos da doença; conheça os sintomas

Combinação de altas temperaturas e chuvas intermitentes é a receita perfeita para a proliferação do mosquito

Publicado em: 25/01/2024 15:46
Última atualização: 25/01/2024 15:47

As alterações climáticas provocadas pelo fenômeno conhecido como El Niño contribuem para infestações por Aedes aegypti e para a explosão de casos de dengue registrada no Brasil. Isso porque a combinação de altas temperaturas e chuvas intermitentes é a receita perfeita para a proliferação do mosquito. O alerta é de infectologistas ouvidos pela Agência Brasil e pela Rádio Nacional.

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Larvas do mosquito Aedes aegypti. Foto: Jorge Boruszewsky/Arquivo

Infectologista graduado pela Universidade Federal da Bahia e descobridor do vírus Zika no Brasil, o médico Antonio Carlos Bandeira explicou que um corredor climático que sai do Centro-Oeste e desce pela porção oeste das regiões Sudeste e Sul acaba por contribuir para o aumento de casos da dengue não só no Brasil, mas em países vizinhos como Paraguai e Argentina. "Isso facilitou. Fez com que o Aedes aegypti pudesse ser disseminado."

"É isso que faz com que a coisa se complique. Você tem esse corredor de calor, e ele fica oscilando, com muita precipitação pluviométrica, de forma intensiva. Isso facilitou demais. Calor e muita chuva intermitente são a combinação principal para a dengue", disse. "O Aedes aegypti se reproduz mais rápido e vive mais quanto mais elevada é a temperatura. A situação é essa. Ele vive mais e se multiplica mais."

O infectologista e consultor da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) para dengue, Kleber Luz, detalhou que o El Niño, de fato, contribui para o aumento do número de casos da doença, uma vez que eleva a temperatura do mar e, consequentemente, do continente. "Quando aumenta a temperatura, aumenta o número de mosquitos, a reprodutibilidade e o tempo de vida deles. Cada mosquito vai viver mais tempo, aumentando a chance de transmissão."

"Com as mudanças climáticas, quanto mais alta a temperatura, maior a proliferação do mosquito. Não só haverá um aumento do número de casos como uma expansão da área de acometimento por dengue. O Sul do Brasil que, antes, praticamente não tinha dengue, agora é sempre a região vice-líder no número de casos", disse. O estado do Paraná, por exemplo, já contabiliza quase 17 mil casos e quatro mortes provocadas pela doença desde julho.

Questionado se os sintomas da dengue estão mais fortes em 2024, dado o número de internações pelo país, o médico explica que essa tese não se confirma. "A dengue é sempre a mesma. Ela não é mais forte por conta das mudanças climáticas. Isso apenas aumenta o número de casos. E, quando aumenta o número de casos, de forma clara, aumenta o número de formas graves da doença porque mais gente precisa ser hospitalizada e mais gente pode vir a falecer."

Conheça os sintomas da dengue

  • Dor de cabeça ou atrás dos olhos;
  • Febre alta e/ou persistente;
  • Náusea e vômitos frequentes;
  • Diarreia e/ou dor forte na barriga;
  • Pressão baixa;
  • Diminuição da urina;
  • Sangramento espontâneo;
  • Dores musculares e nas articulações;
  • Manchas vermelhas (exantema);
  • Extremidades frias;
  • Agitação ou sonolência.

Formas de eliminar criadouros do mosquito:

  • Mantenha a caixa d'água bem fechada;
  • Receba bem os agentes da saúde e de endemia;
  • Amarre bem os sacos de lixo;
  • Coloque areia nos vasos de planta;
  • Coloque pneus em locais cobertos;
  • Limpe bem as calhas de casa;
  • Não acumule sucata e entulho;
  • Esvazie garrafas pet, potes e vasos.

*Colaborou Gabriel Brum, da Rádio Nacional.

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