BRASIL E ARGENTINA
Demandas da indústria gaúcha são defendidas durante encontro na Argentina
Empresários da região participam da comitiva do presidente Lula nesta segunda-feira (23) e entregam documento aos presidentes dos dois países
Última atualização: 22/01/2024 11:10
A comitiva do presidente Lula à Argentina colocou a indústria gaúcha em evidência. Durante encontro com o presidente da Argentina, Alberto Fernández, nesta segunda-feira (23) na capital Buenos Aires, representantes da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal), Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) e Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB) acompanharam a entrega de um documento assinado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e sua congênere argentina, a União Industrial Argentina (UIA). A declaração conjunta sugere aos respectivos governos ações prioritárias para avançar nas agendas econômica e comercial bilateral e regional.O documento é composto de demandas de empresários de ambos os países. Entre as pautas defendidas estão: a necessidade de integração comercial, e não somente política; o fortalecimento do Mercosul; o aumento do investimento público na indústria pela reindustrialização de ambos países; diminuição da burocracia para a exportação; eliminação das barreiras comerciais; avanço na economia verde e transição energética; e a promoção de programas conjuntos de digitalização da indústria 4.0.
Setor coureiro-calçadista
As reuniões no país vizinho contou com a participação do presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, o presidente da Fiergs, Gilberto Porcello Petry, e o presidente brasileiro do conselho empresarial Brasil-Argentina e vice-presidente da Fiergs, Mauro Bellini.
O setor coureiro-calçadista também esteve presente com o intuito de iniciar um diálogo para destravar as exportações para o país argentino. Segundo principal destino do calçado brasileiro no exterior e primeiro destino do setor de componentes, a Argentina voltou a impor restrições às importações do setor no ano passado. Em junho de 2022, o Banco Central da República Argentina (BCRA) alterou as condições de acesso ao Mercado Único de Câmbio para pagamento de importações, buscando, assim, conter a saída de moeda estrangeira do país, que segue com baixo nível de reservas internacionais (ativos que os países possuem em moeda estrangeira).
"Os empresários, tanto brasileiros como argentinos, frisaram a importância de uma integração comercial efetiva. O Mercosul - e hoje é consenso entre os dirigentes presentes no encontro - é muito mais um bloco político do que econômico de fato. Precisamos, urgentemente, entre as outras pautas colocadas no documento, ampliar o comércio bilateral entre os dois países”, destacou o presidente executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira. Além dele, a superintendente da Assintecal, Silvana Dilly e o presidente do CICB, José Fernando Bello foram representantes do setor.
Com a medida, os pagamentos das mercadorias só são liberados após 180 dias. Inicialmente, o mecanismo valeria até 30 de setembro de 2022, mas sua validade foi prorrogada por prazo indeterminado. As exportações dos pares brasileiros caíram devido a essas restrições. "Destaque positivo foi a discussão sobre a importância da diminuição da burocracia para exportação. Hoje, em função de todas as licenças e documentações exigidas, temos produtos que ficam na fila para entrar na Argentina por até quatro meses", descreve Dilly. Em outubro, houve queda de quase 36% em volume de pares enviados para a Argentina; em novembro, a queda foi de 23,1%; e em dezembro, de 48,7%.
“Brasil e Argentina têm tradição na produção de couros, com indústrias bem estabelecidas e capital humano muito especializado. Há importantes pautas comuns aos dois países, como o acordo do Mercosul com a União Europeia, a sustentabilidade e geração de emprego e renda por meio da indústria curtidora e de consumo", relata presidente do CICB.
Exportações em números
Em 2022, foram 141,9 milhões de pares de calçados exportados pelo Brasil, o que gerou mais de US$ 1,3 bilhão em divisas. Apenas para a Argentina foram enviados 15,9 milhões por US$ 179,4 milhões e tornando o país o segundo maior destino dos calçados brasileiros, de acordo com dados elaborados pela Abicalçados.
Já as exportações de componentes para couro e calçados geraram para o setor US$ 421,2 milhões, sendo enviados para 77 países. Segundo um levantamento feito pela Assintecal, o principal destino dos materiais é a Argentina, que importou o equivalente a US$ 83,5 milhões durante todo o ano de 2022. Em 2022, os materiais mais exportados pelo setor foram Químicos para Couro, gerando US$ 196,78 milhões; Cabedais, somando US$ 111,63; Químicos para Calçados/Adesivos, com o total de US$ 50 milhões e Solados, totalizando US$ 25,18 milhões.
A comitiva do presidente Lula à Argentina colocou a indústria gaúcha em evidência. Durante encontro com o presidente da Argentina, Alberto Fernández, nesta segunda-feira (23) na capital Buenos Aires, representantes da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal), Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) e Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB) acompanharam a entrega de um documento assinado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e sua congênere argentina, a União Industrial Argentina (UIA). A declaração conjunta sugere aos respectivos governos ações prioritárias para avançar nas agendas econômica e comercial bilateral e regional.O documento é composto de demandas de empresários de ambos os países. Entre as pautas defendidas estão: a necessidade de integração comercial, e não somente política; o fortalecimento do Mercosul; o aumento do investimento público na indústria pela reindustrialização de ambos países; diminuição da burocracia para a exportação; eliminação das barreiras comerciais; avanço na economia verde e transição energética; e a promoção de programas conjuntos de digitalização da indústria 4.0.
Setor coureiro-calçadista
As reuniões no país vizinho contou com a participação do presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, o presidente da Fiergs, Gilberto Porcello Petry, e o presidente brasileiro do conselho empresarial Brasil-Argentina e vice-presidente da Fiergs, Mauro Bellini.
O setor coureiro-calçadista também esteve presente com o intuito de iniciar um diálogo para destravar as exportações para o país argentino. Segundo principal destino do calçado brasileiro no exterior e primeiro destino do setor de componentes, a Argentina voltou a impor restrições às importações do setor no ano passado. Em junho de 2022, o Banco Central da República Argentina (BCRA) alterou as condições de acesso ao Mercado Único de Câmbio para pagamento de importações, buscando, assim, conter a saída de moeda estrangeira do país, que segue com baixo nível de reservas internacionais (ativos que os países possuem em moeda estrangeira).
"Os empresários, tanto brasileiros como argentinos, frisaram a importância de uma integração comercial efetiva. O Mercosul - e hoje é consenso entre os dirigentes presentes no encontro - é muito mais um bloco político do que econômico de fato. Precisamos, urgentemente, entre as outras pautas colocadas no documento, ampliar o comércio bilateral entre os dois países”, destacou o presidente executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira. Além dele, a superintendente da Assintecal, Silvana Dilly e o presidente do CICB, José Fernando Bello foram representantes do setor.
Com a medida, os pagamentos das mercadorias só são liberados após 180 dias. Inicialmente, o mecanismo valeria até 30 de setembro de 2022, mas sua validade foi prorrogada por prazo indeterminado. As exportações dos pares brasileiros caíram devido a essas restrições. "Destaque positivo foi a discussão sobre a importância da diminuição da burocracia para exportação. Hoje, em função de todas as licenças e documentações exigidas, temos produtos que ficam na fila para entrar na Argentina por até quatro meses", descreve Dilly. Em outubro, houve queda de quase 36% em volume de pares enviados para a Argentina; em novembro, a queda foi de 23,1%; e em dezembro, de 48,7%.
“Brasil e Argentina têm tradição na produção de couros, com indústrias bem estabelecidas e capital humano muito especializado. Há importantes pautas comuns aos dois países, como o acordo do Mercosul com a União Europeia, a sustentabilidade e geração de emprego e renda por meio da indústria curtidora e de consumo", relata presidente do CICB.
Exportações em números
Em 2022, foram 141,9 milhões de pares de calçados exportados pelo Brasil, o que gerou mais de US$ 1,3 bilhão em divisas. Apenas para a Argentina foram enviados 15,9 milhões por US$ 179,4 milhões e tornando o país o segundo maior destino dos calçados brasileiros, de acordo com dados elaborados pela Abicalçados.
Já as exportações de componentes para couro e calçados geraram para o setor US$ 421,2 milhões, sendo enviados para 77 países. Segundo um levantamento feito pela Assintecal, o principal destino dos materiais é a Argentina, que importou o equivalente a US$ 83,5 milhões durante todo o ano de 2022. Em 2022, os materiais mais exportados pelo setor foram Químicos para Couro, gerando US$ 196,78 milhões; Cabedais, somando US$ 111,63; Químicos para Calçados/Adesivos, com o total de US$ 50 milhões e Solados, totalizando US$ 25,18 milhões.
Setor coureiro-calçadista