INVESTIGAÇÃO
Corpo em mala, cocaína e namorado preso: O que se sabe sobre assassinato de médica em apartamento de SP
Thallita da Cruz Fernandes, de 28 anos, foi encontrada morta na tarde de sexta-feira (18), no interior do estado. Corpo da jovem estava dentro de uma mala
Última atualização: 20/08/2023 19:01
A médica Thallita da Cruz Fernandes, de 28 anos, foi encontrada morta, na tarde de sexta-feira (18), no apartamento onde morava, em um bairro tradicional de São José do Rio Preto, interior de São Paulo. O corpo dela estava dentro de uma mala, no interior de um armário. O principal suspeito é Davi Izaque Martins Silva, de 26 anos, namorado da vítima; ele foi preso na noite de sábado (19).
A Polícia Civil acredita que o jovem tenha assassinado a médica a facadas e, depois, escondido o corpo na mala. Ele, contudo, diz não se lembrar de nada. Em depoimento informal às autoridades após a prisão, alegou ter feito uso de cocaína na noite anterior no apartamento da namorada e disse que, quando acordou, Thallita já estava morta. A versão, porém, não convenceu a Polícia.
Ao ser questionado sobre o motivo pelo qual deixou o endereço em um carro de aplicativo aparentando indiferença – o que foi constatado pelo circuito de monitoramento do prédio –, respondeu apenas que não se lembra de nada. A investigação já apurou que, ao deixar o apartamento, Davi Izaque Martins Silva fugiu para Olímpia, em São Paulo, retornando posteriormente para São José do Rio Preto.
Como o corpo foi encontrado?
Uma amiga de Thallita decidiu ir até o apartamento na sexta-feira por conta da falta de respostas da médica aos contatos feitos pela mãe desde a noite anterior. A mãe da jovem mora em Guaratinguetá, na região do Vale do Paraíba.
Durante a madrugada, Thallita teria respondido a mensagens de amigos de uma forma estranha, escolhendo palavras atípicas, o que também causou estranhamento. Ao chegar ao endereço, a amiga soube pelo porteiro que a moradora não havia saído de casa. Foi quando decidiu acionar a Polícia Militar (PM).
Como estava a cena do crime?
Ao entrarem no apartamento, no terceiro andar, em busca da médica, os agentes encontraram o banheiro ensanguentado, assim como o quarto de Thallita. Foi preciso buscar ajuda de um chaveiro, já que tanto a porta principal quanto a do quarto estavam trancadas.
A vítima foi achada morta dentro de uma mala em um armário. Ela estava nua e apresentava diversos cortes no rosto. Estima-se que tenha levado 30 facadas. Os policiais apreenderam dois objetos perfurantes que teriam sido usados no crime. Foram necessários quatro peritos para analisar a cena – o dobro do normal –, tamanha a violência.
Quem é o principal suspeito?
O principal suspeito é Davi Izaque Martins Silva, de 26 anos, namorado da vítima, que não teria aceitado a decisão da jovem de terminar o relacionamento. Eles estavam junto há cerca de um ano e meio. O garçom foi preso na noite de sábado (19) e, após audiência de custódia, a Justiça decidiu que ele permanecerá na cadeia. Câmeras de segurança flagraram o momento em que ele deixa o prédio, durante a madrugada de sexta, em um carro chamado por aplicativo. Vizinhos relatam que ouviram gritos e barulhos de briga momentos antes do assassinato.
O que o namorado da vítima alega?
Em depoimento informal às autoridades após a prisão, alegou ter feito uso de cocaína na noite anterior no apartamento da namorada e disse que, quando acordou, Thallita já estava morta. Ao ser questionado sobre o motivo pelo qual deixou o endereço em um carro de aplicativo aparentando indiferença, respondeu que não se lembra de nada. Ele teria levado consigo apenas uma mochila. O celular da vítima foi encontrado no apartamento horas depois, com a ajuda de funcionários do condomínio.
Quem era a médica?
A médica Thallita da Cruz Fernandes, 28, era plantonista em uma unidade de saúde em Bady Bassitt, cidade vizinha. Apaixonada por medicina, mudou-se para São José Rio Preto em 2016 para fazer a faculdade na Famerp (Faculdade de Medicina de Rio Preto), na qual se formou em 2021.
Para conseguir a aprovação, fez quatro anos de cursinho pré-vestibular. Para ela, concluir uma graduação em uma faculdade pública de excelência era um "sonho de infância". Em postagens nas redes sociais, a jovem acrescentou que a universidade pública era um "sonho de muitas pessoas que, infelizmente, pode não ser possível por conta de inúmeros fatores sociais, econômicos, etc".
*Com informações de O Globo e Metrópoles