SUCESSO NO MUNDO ÁRABE
Conheça a cantora do Vale do Sinos que se apresentou para Lula nos Emirados Árabes
Vivendo há oito anos no país do Oriente Médio, Midian Almeida ganhou destaque após cantar para o presidente brasileiro, para a primeira-dama, Janja, e para o xeique Bin Zayed
Última atualização: 04/03/2024 17:10
No dia 15 de abril, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi recebido no Palácio Presidencial dos Emirados Árabes pelo xeique Mohamed bin Zayed Al Nahyan. Mas quem chamou atenção durante o jantar oficial foi a cantora de São Leopoldo Midian Almeida.
Midian, que é natural do Vale do Sinos, vive há oito anos em Abu Dhabi, capital do país, e conta que o convite para se apresentar na residência oficial foi recheado de surpresas. Contatada no início do mês para o show, ela só foi saber que tocaria para Lula e o bin Zayed no último ensaio.
Nos primeiros contatos dos organizadores com Midian o tema das conversas girou em torno do repertório, mas poucas pistas sobre quem seria o público do show foram dadas. "Fomos escolhendo repertório, mas ainda não sabia o que seria, e nesse meio tempo fiquei sabendo que viria uma comitiva do Brasil."
Foram escolhidas a bossa-nova Águas de Março, sugestão da artista, e a lambada Chorando Se Foi, para representar o país. Um cantor natural dos Emirados Árabes revezou a apresentação com canções locais.
Acostumada a se apresentar para diferentes grupos de empresários e mesmo de políticos brasileiros, Midian não se assustou, mas começou a desconfiar na escolha da roupa para a apresentação. “Aqui em Dubai é tudo muito luxuoso, tem que ser tudo muito impecável, quando vi que tinham restrições perguntei se o xeique estaria presente."
Quando terminou o último ensaio, um dia antes da recepção do xeique bin Zayed a Lula e a comitiva brasileira, foi que Midian soube ter sido a escolhida para representar a cultura brasileira aos líderes dos dois países. "Foi uma experiência maravilhosa representar o Brasil, nunca uma brasileira tinha cantado no Palácio Real dos Emirados Árabes."
A conversa com os líderes
Lula entrou no Palácio acompanhado pela primeira-dama, Janja da Silva, e, segundo ela, ambos perceberam rapidamente que no palco estava uma compatriota. “Quando eles chegaram no evento eu já estava sorrindo porque estava muito feliz, e eles notaram que eu era brasileira”, relata ela, em referência ao presidente e sua esposa.
Essa identificação favoreceu a quebra de protocolo. Ao final do jantar estava previsto que Midian e o cantor emiraque que a acompanhou no palco. Era para ser apenas um aceno, mas a pedido de Janja e Lula, se tornou uma apresentação. “Ao invés de eles virem, eles me chamaram porque o Lula e a Janja queriam me conhecer.”
Foi Janja quem iniciou a conversa e apresentou a artista ao presidente. “Ela me apresentou o Lula e comecei a chorar, ela foi muito querida comigo”, relembra. O encontro com o xeique foi tão marcante quanto com o presidente brasileiro. “As pessoas dão qualquer coisa para ir cumprimentar ele (o xeique)”, conta Midian, que lembra uma conversa descontraída com bin Zayed.
“Foi um momento muito descontraído. O xeique me disse ‘você está tendo a oportunidade de ser um elo de representatividade entre o seu país e o meu”, lembra. Para Janja, a cantora entregou seu CD gravado em 2009.
Lei Rouanet
Em sua página no Instagram, Midian postou a foto com Janja para contar como conseguiu gravar seu trabalho. Há 14 anos, ela teve seu projeto aprovado pela Lei Rouanet. “Minha postagem fiz, inclusive, no sentido de quebrar esse pensamento que foi muito implantado pelo projeto de governo anterior, de que a Lei Rouanet servia só os grandes.”
Na época, ela conseguiu autorização para arrecadar recursos junto às empresas para a gravação. “Quando peguei o projeto para captar, eu fui sozinha de porta em porta. Desse dinheiro tu vai pagar os músicos, o teatro, o estúdio, uma cadeia de pessoas que estará sendo beneficiada direta e indiretamente.”
Midian lembra que, como contrapartida, foi preciso fazer uma ação social, da qual foram arrecadados 400 quilos de alimentos não perecíveis. “Tudo feito com nota fiscal, recolhido imposto, então volta para os cofres do governo. É isso que eu gostaria que as pessoas entendessem”, reforça, destacando o movimento econômico da cultura.
A ida para o mundo árabe
Foi para acompanhar o marido, formado em educação física e lutador de jiu-jitsu, que Midian embarcou com os filhos gêmeos para os Emirados Árabes. O sonho do esposo Leandro Lima, 47, era poder viver da luta e da profissão na qual era formado. “Vim no sonho dele, mas também porque eu também queria poder viver a maternidade.”
Na época, os gêmeos Cássia e Isaac tinham apenas oito meses de vida, e nesse período Midian diz que conseguiu se dedicar mais à vida doméstica sem abrir mão da carreira e tendo uma vida mais confortável. “A vida aqui é muito mais tranquila, temos a chance de sermos pais em tempo mais integral”, conta.
A oportunidade de viagem surgiu graças a um projeto do governo dos Emirados Árabes ligado ao jiu-jitsu, o qual ela fez questão de lembrar a bin Zayed. “Tive a oportunidade de agradecer o xeique por esse projeto.” Atualmente, Midian segue carreira como a única cantora brasileira nos Emirados Árabes e se tornou uma grande divulgadora da música brasileira no país.
No dia 15 de abril, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi recebido no Palácio Presidencial dos Emirados Árabes pelo xeique Mohamed bin Zayed Al Nahyan. Mas quem chamou atenção durante o jantar oficial foi a cantora de São Leopoldo Midian Almeida.
Midian, que é natural do Vale do Sinos, vive há oito anos em Abu Dhabi, capital do país, e conta que o convite para se apresentar na residência oficial foi recheado de surpresas. Contatada no início do mês para o show, ela só foi saber que tocaria para Lula e o bin Zayed no último ensaio.
Nos primeiros contatos dos organizadores com Midian o tema das conversas girou em torno do repertório, mas poucas pistas sobre quem seria o público do show foram dadas. "Fomos escolhendo repertório, mas ainda não sabia o que seria, e nesse meio tempo fiquei sabendo que viria uma comitiva do Brasil."
Foram escolhidas a bossa-nova Águas de Março, sugestão da artista, e a lambada Chorando Se Foi, para representar o país. Um cantor natural dos Emirados Árabes revezou a apresentação com canções locais.
Acostumada a se apresentar para diferentes grupos de empresários e mesmo de políticos brasileiros, Midian não se assustou, mas começou a desconfiar na escolha da roupa para a apresentação. “Aqui em Dubai é tudo muito luxuoso, tem que ser tudo muito impecável, quando vi que tinham restrições perguntei se o xeique estaria presente."
Quando terminou o último ensaio, um dia antes da recepção do xeique bin Zayed a Lula e a comitiva brasileira, foi que Midian soube ter sido a escolhida para representar a cultura brasileira aos líderes dos dois países. "Foi uma experiência maravilhosa representar o Brasil, nunca uma brasileira tinha cantado no Palácio Real dos Emirados Árabes."
A conversa com os líderes
Lula entrou no Palácio acompanhado pela primeira-dama, Janja da Silva, e, segundo ela, ambos perceberam rapidamente que no palco estava uma compatriota. “Quando eles chegaram no evento eu já estava sorrindo porque estava muito feliz, e eles notaram que eu era brasileira”, relata ela, em referência ao presidente e sua esposa.
Essa identificação favoreceu a quebra de protocolo. Ao final do jantar estava previsto que Midian e o cantor emiraque que a acompanhou no palco. Era para ser apenas um aceno, mas a pedido de Janja e Lula, se tornou uma apresentação. “Ao invés de eles virem, eles me chamaram porque o Lula e a Janja queriam me conhecer.”
Foi Janja quem iniciou a conversa e apresentou a artista ao presidente. “Ela me apresentou o Lula e comecei a chorar, ela foi muito querida comigo”, relembra. O encontro com o xeique foi tão marcante quanto com o presidente brasileiro. “As pessoas dão qualquer coisa para ir cumprimentar ele (o xeique)”, conta Midian, que lembra uma conversa descontraída com bin Zayed.
“Foi um momento muito descontraído. O xeique me disse ‘você está tendo a oportunidade de ser um elo de representatividade entre o seu país e o meu”, lembra. Para Janja, a cantora entregou seu CD gravado em 2009.
Lei Rouanet
Em sua página no Instagram, Midian postou a foto com Janja para contar como conseguiu gravar seu trabalho. Há 14 anos, ela teve seu projeto aprovado pela Lei Rouanet. “Minha postagem fiz, inclusive, no sentido de quebrar esse pensamento que foi muito implantado pelo projeto de governo anterior, de que a Lei Rouanet servia só os grandes.”
Na época, ela conseguiu autorização para arrecadar recursos junto às empresas para a gravação. “Quando peguei o projeto para captar, eu fui sozinha de porta em porta. Desse dinheiro tu vai pagar os músicos, o teatro, o estúdio, uma cadeia de pessoas que estará sendo beneficiada direta e indiretamente.”
Midian lembra que, como contrapartida, foi preciso fazer uma ação social, da qual foram arrecadados 400 quilos de alimentos não perecíveis. “Tudo feito com nota fiscal, recolhido imposto, então volta para os cofres do governo. É isso que eu gostaria que as pessoas entendessem”, reforça, destacando o movimento econômico da cultura.
A ida para o mundo árabe
Foi para acompanhar o marido, formado em educação física e lutador de jiu-jitsu, que Midian embarcou com os filhos gêmeos para os Emirados Árabes. O sonho do esposo Leandro Lima, 47, era poder viver da luta e da profissão na qual era formado. “Vim no sonho dele, mas também porque eu também queria poder viver a maternidade.”
Na época, os gêmeos Cássia e Isaac tinham apenas oito meses de vida, e nesse período Midian diz que conseguiu se dedicar mais à vida doméstica sem abrir mão da carreira e tendo uma vida mais confortável. “A vida aqui é muito mais tranquila, temos a chance de sermos pais em tempo mais integral”, conta.
A oportunidade de viagem surgiu graças a um projeto do governo dos Emirados Árabes ligado ao jiu-jitsu, o qual ela fez questão de lembrar a bin Zayed. “Tive a oportunidade de agradecer o xeique por esse projeto.” Atualmente, Midian segue carreira como a única cantora brasileira nos Emirados Árabes e se tornou uma grande divulgadora da música brasileira no país.
Midian, que é natural do Vale do Sinos, vive há oito anos em Abu Dhabi, capital do país, e conta que o convite para se apresentar na residência oficial foi recheado de surpresas. Contatada no início do mês para o show, ela só foi saber que tocaria para Lula e o bin Zayed no último ensaio.
Nos primeiros contatos dos organizadores com Midian o tema das conversas girou em torno do repertório, mas poucas pistas sobre quem seria o público do show foram dadas. "Fomos escolhendo repertório, mas ainda não sabia o que seria, e nesse meio tempo fiquei sabendo que viria uma comitiva do Brasil."