Na década de 1960, uma adolescente teve a missão de ensinar um grupo de diretores de uma empresa de calçados. O objetivo era negociações com importadores. Na época, Vera Mariza Muhlenberg, que atualmente é professora e psicanalista, não imaginava que no grupo de alunos estava o homem que se tornaria o patrono das exportações calçadistas do País, Claudio Enio Strassburger. O empresário e político morreu nesta quarta-feira (1º), no Hospital Unimed, em Novo Hamburgo.
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Em reportagem do Grupo Sinos publicada em 2020, Mariza recordou o período em que ensinou o idioma ao empresário. “Na época eu não tinha dimensão de que estava ensinando inglês para uma pessoa que se tornaria um dos mais importantes personagens da indústria de calçados do Brasil, que contribuiu para colocar o Vale do Sinos no mapa mundial da produção de calçados através da exportação bem-sucedida de produtos made in Brazil”, contou Vera.
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A professora lembra que quando retornou de um intercâmbio nos Estados Unidos em 1969, recebeu o convite para ministrar as aulas particulares. O convite surgiu da irmã dela, Trude, que era amiga da esposa de Strassburger. As aulas aconteciam após o expediente da empresa que ele era dono.
“Na época eu trabalhava em uma escola de inglês, a primeira do gênero a se instalar em Novo Hamburgo e também na escola Osvaldo Cruz. Sempre, por volta das 18h, uma kombi da empresa do Strassburger me buscava e me levava para a sede da fabricante, onde eu ensinava inglês aos diretores e contramestres”, recordou.
Com objetivo específico dos então alunos, Vera teve que aprender as particularidades do setor calçadista. “Sabemos o inglês literal. Mas, no caso da indústria calçadista, precisei entender as especificidades do setor para poder ensinar a língua inglesa, para que eles conseguissem ter êxito nos negócios com os importadores”, pontuou a professora.
Como já teve uma aluna particular anteriormente, Vera desenvolveu um método próprio de ensinar inglês. “Dava aula de inglês para uma menina de quatro anos, foi ali que eu comecei intuitivamente. Ficava pensando como eu iria dar aula para uma criança. Fazia recortes e colagens de jornais e revistas. Criei praticamente um método”, finalizou.
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