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CIRURGIA DE CATARATA: Entenda como sete pessoas ficaram cegas após o procedimento em mutirão

Caso que aconteceu em Macapá, capital do Amapá, é investigado; 104 dos 141 pacientes que participaram de mutirão tiveram complicações

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Publicado em: 03/11/2023 às 10h:31 Última atualização: 03/11/2023 às 10h:46
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O caso de sete pessoas que ficaram cegas após mutirão de cirurgias contra catarata em Macapá, capital do Amapá, é investigado.

Apresentaram alguma complicação 104 dos 141 pacientes submetidos ao procedimento. O problema teria sido causado por um fungo, de acordo com a Secretaria de Saúde estadual (Sesa). Os Ministérios Públicos Federal e Estadual investigam o caso.

Olhos, visão | Jornal NH



Olhos, visão

Foto: Adobe Stock

O mutirão de cirurgias foi realizado em 4 de setembro e fazia parte do programa Mais Visão, que recebe emenda parlamentar e é executado por uma empresa contratada para prestação do serviço por meio de convênio entre o Estado e o Centro de Promoção Humana Frei Daniel de Samarate (Capuchinhos).

De acordo com a Sesa, do total de 141 pessoas atendidas, 104 foram contaminadas pelo fungo Fusarium.

Como ocorre a infecção pelo fungo

O fungo Fusarium provocou um quadro de endoftalmite, tipo raro de infecção produzido pela ação de microrganismos que penetram na parte interna do olho, como tecidos, fluidos e estrutura. Dentre os pacientes com complicações, sete deles precisaram passar por evisceração, quando o globo ocular é removido do crânio.

Caso é investigado

Segundo o governo do Estado, a Superintendência de Vigilância em Saúde (SVS) iniciou uma investigação para identificar o que motivou as infecções “assim que foi notificada pelo problema”. “Após análises foi encontrado o fungo Fusarium, que provoca a endoftalmite”, informou em nota.

O programa teve início em 2020, no Amapá, e, de acordo com o Capuchinhos, já realizou mais de 100 mil atendimentos, sendo a maior parte deles referente às cirurgias de catarata (50 mil). “A Secretaria de Estado da Saúde repassa os recursos federais para a entidade, que por sua vez, contrata uma empresa terceirizada responsável pelos procedimentos aos pacientes. O último repasse feito pelo convênio foi em setembro”, afirmou a pasta por meio de nota.

“O Estado entende que a trajetória do Mais Visão ajudou milhares de pessoas com casos bem-sucedidos e com inúmeros relatos de retorno total da visão. Ainda assim, diante do ocorrido, os Capuchinhos paralisaram os atendimentos imediatamente após os primeiros relatos de infecção e, no dia 6 de outubro, o programa foi suspenso.”

“O suporte dado às famílias pela empresa responsável pelos procedimentos também é acompanhado de perto pelo governo do Estado. Os pacientes estão recebendo serviços médicos 24 horas, medicação, transporte, deslocamento a outros Estados e atendimento psicológico”, afirmou a administração estadual.

Ainda na semana passada, o Ministério Público do Amapá ouviu representantes de órgãos envolvidos no que se refere como “incidente” no Programa Mais Visão. Participaram do encontro o governador do Amapá, Clécio Luis; a secretária de Saúde, Silvana Vedovelli; o procurador-geral do Estado, Tiago Albuquerque; e a superintendente de Vigilância em Saúde, Ana Cláudia Monteiro.

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