HOMENAGEM

Cinco anos depois, cruzes na Esplanada dos Ministérios lembram tragédia de Brumadinho

272 cruzes de madeira com os nomes das vítimas foram instaladas em Brasília pedindo justiça por desastre ambiental e trabalhista

Publicado em: 25/01/2024 15:04
Última atualização: 25/01/2024 15:27

Já se passaram cinco anos de uma das maiores tragédias ambientais e trabalhistas do Brasil. Em 2019, o dia 25 de janeiro ficou marcado pelo rompimento da barragem pertencente à mineradora Vale, em Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte-MG. Foram 272 mortes, já que entre as vítimas, duas mulheres estavam grávidas. Os corpos de três pessoas seguem desaparecidos até hoje.

Cruzes lembram a tragédia de Brumadinho há cinco anos Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil

Para protestar e pedir justiça, 272 cruzes de madeira foram instaladas, nesta quinta-feira (25), no gramado central da Esplanada dos Ministérios, em frente ao Congresso Nacional, em Brasília. A iniciativa é do deputado federal Pedro Aihara (Patriota-MG) e pede justiça para as vítimas do rompimento da barragem.  

Em cada cruz colocada diante do Congresso foi escrito o nome de uma das vítimas do rompimento da barragem I (B1) – evento que causou o rompimento de outras duas barragens (B-IV e B-IV-A) da mesma mina e, segundo o governo de Minas Gerais, despejou aproximadamente 12 milhões de metros cúbicos de rejeitos que, além da área ao redor, atingiram rios, cursos d'água e afetaram ao menos 26 cidades, causando prejuízos ambientais e socioeconômicos para todo o estado

Inquérito sigiloso

Em novembro de 2021, a Polícia Federal (PF) concluiu as investigações sobre o caso e indiciou 19 pessoas, cujos nomes não foram divulgados, já que o inquérito é sigiloso. A corporação entregou o relatório final sobre a apuração ao Ministério Público Federal (MPF), ao qual cabe decidir se encaminha à Justiça Federal a denúncia contra os 19 indiciados. O MPF, contudo, evita comentar os resultados do inquérito alegando o sigilo.

Em um texto publicado em suas redes sociais, o deputado federal Pedro Aihara, escreveu que o "grito por justiça" para as vítimas de Brumadinho serve também "para que outros não sofram essa dor sem limite. Para que outras famílias não chorem. Para que outras memórias não sejam destruídas pela onda de lama, descaso e negligência de tantos". Na época do rompimento, Aihara trabalhava no Corpo de Bombeiros de Minas Gerais e atuou nas buscas às vítimas.

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