Alimentação
Cesta básica agora tem produtos mais saudáveis
Governo federal orienta a consumir menos alimentos processados
Última atualização: 13/03/2024 11:29
Uma nova cesta básica, com mais alimentos in natura e menos processados, é a orientação do governo federal, conforme o decreto 11.936, divulgado em 5 de março. Agora há uma maior variedade de produtos, especialmente o grupo de frutas e legumes, que antes continha 20 itens e agora tem 60.
Quando foi criada, em 1938, a cesta básica descrevia 15 itens. São 122 atualmente e a inclusão do arroz integral, por exemplo, é uma das novidades.
professora de Educação Física Rossana Rhoden, que tem três filhas adolescentes, conta que sempre procurou uma dieta mais saudável para a sua família. Ela entende que a maior parte da população não tem as mesmas condições financeiras para manter uma dieta saudável e vê essa iniciativa do governo de forma positiva.
A professora destaca o caráter educativo do decreto e a abertura de novas possibilidades para a população, pois acredita na tendência de preços menores para os itens que compõem a cesta. “As frutas e legumes sempre consumimos lá em casa, mas o arroz integral, que é recomendado, não utilizamos, porque as meninas não gostam da textura. Compro o parboilizado”, comenta.
Rossana acrescenta que, em relação às frutas, ela sempre opta pelas da estação, porque são mais baratas. As orientações contemplam dez grupos de alimentos: feijões (leguminosas); cereais; raízes e tubérculos; legumes e verduras; frutas; castanhas e nozes (oleaginosas); carnes e ovos; leites e queijos; açúcares, sal, óleos e gorduras; e café, chá, mate e especiarias. Lembrando que não são itens obrigatórios.
Nutricionista destaca a prevenção às doenças
O respeito às condições regionais de cada Estado e o caráter preventivo de doenças como hipertensão, diabetes e câncer são pontos do documento que orienta sobre a nova cesta básica que a nutricionista Regina Salete Grings, que é coordenadora da Política de Alimentação e Nutrição da Secretaria Municipal da Saúde, destaca.
“Entendo que é um avanço para o País. Essas orientações são os primeiros passos para que a população comece a mudar hábitos alimentares”, ressaltou. De acordo com a profissional, essa orientação do governo é fundamental. “Teve uma época que até vinho fazia parte da cesta básica”, ressaltou.
Ela afirma que os alimentos ultraprocessados, como macarrão instantâneo, refrigerante, biscoitos recheados, salsicha, sucos artificiais, são causadores de doenças. “Eu fico empolgada com essa iniciativa que incrementa as políticas que já fazem parte do sistema”, declarou.
A cesta básica tem algumas finalidades para o governo, como, por exemplo, orientar a compra para hospitais públicos, universidades e Forças Armadas. Também tem impacto na distribuição do orçamento da União. A previsão é que com o aumento do consumo de frutas, legumes e verduras, a agricultura ganhe incremento com verbas federais.
Respaldo para os projetos sociais
A determinação do governo federal de incluir alimentos in natura ou minimamente processados na cesta básica, com a expectativa de melhorar qualidade de vida e ainda gerar renda é comemorada pela pela nutricionista Anelise Durlo, coordenadora do Restaurante Popular.
“As orientações do decreto visam a aumentar valor nutricional dos alimentos”, destaca, comentando que muitos órgãos não possuem profissional nutricionista para auxiliar na composição das cestas básicas ou consideram apenas o tamanho e não a qualidade.
Na opinião dela, com o decreto, os gestores públicos responsáveis vão tentar seguir ao máximo essas orientações e terão respaldo para fazer as aquisições”, afirmou. De acordo com Anelise, atualmente as famílias que integram programas sociais já recebem cestas que possuem alface, banana, couve, batata, laranja, entre outros.