NÍVEL DE EMERGÊNCIA
CATÁSTROFE NO RS: Cidades por onde passa o Rio Caí se mobilizam por evacuações em caso de rompimento de barragem
Alerta de desmoronamento na Barragem do Salto, em São Francisco de Paula, foi dado ainda na noite de segunda-feira
Última atualização: 14/05/2024 21:13
Desde a noite de segunda-feira (13), quando a Defesa Civil avisou sobre um possível deslizamento de encosta na Barragem do Salto, em São Francisco de Paula, cidades por onde passa o Rio Caí estão em alerta para realizar evacuações, caso seja necessário.
O rompimento não seria na barragem em si, mas em morros junto a ela. Se houver o desmoronamento, a quantidade de material que cairá no rio pode provocar uma onda que atingirá comunidades ribeirinhas ao longo do leito como Canela, Gramado, Caxias do Sul, Gramado, Nova Petrópolis, Vale Real e Feliz.
Conforme o coordenador da Defesa Civil de Nova Petrópolis e comandante dos Bombeiros Voluntários, Lucas Attmann, cerca de 100 pessoas saíram de suas casas ainda na noite de domingo, após os avisos do risco de rompimento. “Essas pessoas vivem nas localidades de Linha Pirajá, São José do Caí, Linha Temerária e Tirol. Disponibilizamos um abrigo no Centro, mas ninguém foi até ele, então estimamos que essas famílias tenham ido para as casas de outras pessoas”, afirma.
Attmann afirma que segue em contato com a CEEE Equatorial Energia, empresa responsável pela operação e manutenção da barragem, mas que até a noite desta terça-feira (14), não havia atualização sobre estes riscos. “Se houver este rompimento, a água chegaria aqui em cerca de cinco horas, mas como grande parte das vias estão danificadas, é necessário fazer essa evacuação com antecedência”, conclui.
Em Vale Real, o coordenador da Defesa Civil e também comandante dos Bombeiros Voluntários da cidade, Fernando Schwantz, conta que, por prudência, toda a comunidade ribeirinha foi colocada em estado de alerta, mas até este momento não há evacuação.
“Em caso desse rompimento, a perspectiva da água chegar até Vale Real é de 13 horas, mas nós trabalhamos com uma margem um pouco menor por segurança. Caso ocorra algo que provoque uma elevação abrupta do Rio Caí, aí, sim, nossa conduta será de evacuação. Estamos de prontidão para essa necessidade”, afirma.
A área de alagamento no município tem como base as residências afetadas na enchente da última quinta-feira (9) e considera ainda o pior do cenário, que seria o de rompimento. Desta forma, cerca de 150 casas seriam afetadas. “Essas famílias seriam evacuadas para abrigos, que na área central seria o Ginásio Arno Stoffells e na localidade de Arroio do Ouro e Forqueta, para a escola do Arroio do Ouro. E se necessário, para a Associação Morro Gaúcho 2, que é mais alto”, acrescenta.
Em alerta, mas sem pânico
Se houver o rompimento, Feliz também seria uma das cidades afetadas. Contudo, de acordo com o coordenador municipal da Defesa Civil, Claudinei Sturmer, esta é uma chance remota e um risco que ainda não se concretizou. “Eu acredito que isto não irá ocorrer porque eu conheço aquela área, mas estamos alertas, monitorando. Neste momento precisamos manter a calma e não criar pânico. Se necessário, temos alinhado a retirada de pessoas ribeirinhas”, explica.
No município, cerca mais ou menos 30 famílias estão nesta área de risco e 13 pessoas ainda estão em abrigos por conta da enchente da semana passada. A estimativa é de que a água em maior quantidade, havendo o deslizamento, chegue em Feliz após 16 horas.