CULTO RELIGIOSO

CASO DJIDJA: Tortura da própria mãe causou morte da ex-sinhazinha do Boi Garantido, conclui Polícia

Família de Djidja Cardoso queria ampliar seita para uso livre de cetamina em cultos religiosos

Publicado em: 21/06/2024 15:26
Última atualização: 21/06/2024 15:34

A família da ex-sinhazinha do Boi Garantido Djidja Cardoso, encontrada morta em casa no fim do mês passado, planejava criar uma comunidade, ou seja, ampliar seita. O objetivo era comprar um espaço para fazer uso livro de cetamina.


Djidja Cardoso Foto: Redes Sociais/Reprodução

De acordo com o delegado Cícero Túlio, em entrevista ao Uol, a família de Djidja, que liderava um grupo, queria comprar um terreno na zona norte de Manaus para receber pessoas viciadas em cetamina para os cultos religiosos da seita, forçando seus seguidores a usar a droga para "transcender a outra dimensão e alcançar um plano superior e a salvação".

O grupo também queria abrir clínica veterinária para ter acesso livre a cetamina e potenay, medicamentos de uso controlado. Quem conseguia as substâncias era Hatus Silveira, que se apresentava como personal trainer de Djidja, que foi preso junto com José Máximo, apontado como fornecedor da droga.

"Eles almejavam a criação de uma comunidade, a partir da compra de um terreno na região norte aqui de Manaus, para criar uma espécie de vila onde as pessoas iriam ali residir naquele ambiente e fazer uso indiscriminado da cetamina, além de promover os cultos de forma criminosa", explicou o delegado ao portal.

O que diz a defesa?

"Não existe esse negócio de ritual e de que funcionários e amigos eram obrigados ou coagidos a usar a droga. Não existia isso. Eles ofereciam sob efeito de drogas, com aquele argumento, com aquela alegação da transcendência da evolução espiritual", argumentou a advogada Lidiane Roque, que representa a família Cardoso.

Conclusão da Polícia sobre Djidja

A vítima foi torturada pela própria mãe, Cleusimar. Conforme a Polícia Civil, a ex-sinhazinha morreu em 28 de maio por depressão cardiorrespiratória decorrente das torturas, registradas em vídeos feitos pela própria agressora.

Ela, o irmão e o ex-namorado de Djidja estão presos. Ao todo, 11 pessoas foram indiciadas e responderão por 14 crimes: tráfico de drogas; associação para o tráfico; perigo para a vida ou saúde de outrem; falsificação, adulteração ou corrupção de produtos destinados a fins terapêuticos ou medicinais; aborto provocado sem consentimento da vítima; estupro de vulnerável; charlatanismo; curandeirismo; sequestro e cárcere privado; constrangimento ilegal; favorecimento pessoal; favorecimento real; exercício ilegal da medicina; tortura com resultado morte.

 

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