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IMPASSE JUDICIAL

Brasileiras que tiveram malas trocadas em aeroporto seguem presas na Alemanha mesmo após PF inocentá-las

Casal de Goiás foi detido por tráfico internacional de drogas. Defesa enviou vídeos à Justiça alemã, através dos Ministérios da Justiça e Relações Exteriores, que comprovam que elas foram vítimas de ação criminosa

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Publicado em: 10/04/2023 às 18h:32 Última atualização: 04/03/2024 às 10h:25
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Duas brasileiras estão presas há mais um mês em Frankfurt, na Alemanha. As goianas que são casadas foram detidas sob acusação de tráfico internacional de drogas, por supostamente transportar 40 quilos de cocaína do Brasil para o país europeu. De acordo com a Polícia Federal (PF), as malas apreendidas com as drogas não de propriedade delas e teriam sido trocadas durante o despacho em aeroporto brasileiro.

Casal de brasileiras programou 20 dias de viagem pela Europa e estão há mais de um mês detidas na Alemanha



Casal de brasileiras programou 20 dias de viagem pela Europa e estão há mais de um mês detidas na Alemanha

Foto: Reprodução

Conforme a Folha de São Paulo, a empresária Kátyna Baía, de 44 anos, e a sua companheira, a veterinária Jeanne Paolini, 40, viajaram de Goiás para a Europa no dia 4 de março para comemorar a conclusão da residência veterinária de Jeanne, pela Universidade de Brasília. O casal pretendia ficar 20 dias em viagem pela Alemanha, Bélgica e Holanda.

Quando chegaram em Frankfurt, onde fariam escala para Berlim, foram presas e permaneceram em celas do próprio aeroporto até o dia seguinte, quando foram transferidas para um presídio feminino que fica na cidade. Na última quarta-feira (5), a prisão delas foi mantida após audiência de custódia.

Malas trocadas

Imagens anexadas ao processo mostram que a mala despachada por Kátyna é preta, decorada com alto-relevo geométrico, enquanto a de Jeanne é rosa claro e com zíper da mesma cor. No entanto, uma das bagagens apresentadas pela polícia alemã é cinza e sem relevo decorativo e a outra possui um tom de rosa metálico, com zíper preto.

No momento da prisão, foram mostradas as malas apreendidas com a droga e as etiquetas com os nomes das brasileiras. A advogada Luna Provazio, que defende as goianas, enfatiza que elas apresentaram provas de que as malas despachadas por elas possuíam menos de 20 quilos, quantia encontrada pelas autoridades em cada uma das bagagens. Porém, os policiais disseram que aquela seria apenas uma das provas. Segundo a defensora, elas não tiveram contato com as malas após entregá-las à companhia aéria em Goiânia. Essas bagagens ainda não foram encontradas. 

Vídeo de um funcionário do aeroporto de Guarulhos mexendo nas etiquetas duas malas também foi incluso no processo pela defasa do casal. O homem seria contratado de uma empresa terceirizada que atuava no local. Ele foi preso pela PF na terça-feira (4).

Outros cinco suspeitos também foram presos pela investigação, que indica que quadrilha de narcotraficantes age dessa forma, retirando aleatoriamente etiquetas de bagagens despachadas e colocando-as em malas que têm drogas.

Os resultados que inocentam Kátyna e Jeanne foram encaminhados à Justiça alemã na quinta-feira (6). Porém, as informações não foram analisadas porque o feriado de Páscoa se estendo até esta segunda-feira (10).

Liberação esbarra na burocracia

Segundo a Folha de São Paulo, a PF já havia enviado uma parte das imagens e do inquérito ainda em março. No entanto, na audiência de custódia, a soltura do casal foi adicionada ao compartilhamento e à análise integral de todas as informações das autoridades do Brasil.

A Justiça alemã solicitou que o envio fosse feito através dos Ministérios da Justiça e Relações Exteriores, já que os documentos haviam sido entregues pela PF. O pedido foi atendido na última quinta-feira (6) e a expectativa da defesa é de que a análise das provas aconteça a partir desta terça-feira (11). 

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