Política
Brasil participa de celebração em navio do Irã no Rio
Última atualização: 25/01/2024 14:34
Alvo de crÃticas dos Estados Unidos por receber navios da frota de guerra do Irã no Rio de Janeiro, o governo brasileiro enviou representantes para participar, na terça-feira, 28, de uma cerimônia em alusão aos 120 anos de relações diplomáticas entre os dois paÃses. A solenidade a bordo da fragata Iris Dena - um dos dois navios iranianos ancorados no porto do Rio - da qual participaram oficiais da Marinha e integrantes do Itamaraty, não foi divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores.
A entrada das embarcações iranianas na costa brasileira gerou mal-estar na relação diplomática do Brasil com os Estados Unidos, que impõem sanções ao Irã alegando que o paÃs comete atos de terrorismo e violações aos Direitos Humanos. "O Brasil é uma nação soberana, mas acreditamos firmemente que esses navios não devem atracar em lugar nenhum", disse a embaixadora Elizabeth Bagley no dia 15.
Nesta quarta-feira, 1º, o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Ned Price, reiterou a crÃtica. O governo de Israel também protestou. Lior Haiat, porta-voz do ministério das Relações Exteriores israelense, em nota no Twitter, chamou de "perigosa e lamentável" a ação brasileira.
Mensagem
A embaixada iraniana no Brasil afirmou que a visita é para comemorar os 120 anos de relações diplomáticas entre os dois paÃses, como "uma mensagem de paz e amizade", e garantir rotas de comércio marÃtimo e combater crimes no mar.
Os navios chegaram ao Brasil no domingo, 26, e têm autorização para permanecer até esta sexta-feira, 3. O Itamaraty informou que não há pedidos para prorrogar a autorização.
A fragata Iris Dena escolta o Iris Makran, considerado um "monstro do mar", com 230 metros e cerca de 120 mil toneladas. Mais que um petroleiro convertido em porta-helicópteros, a embarcação pode lançar drones de grande porte, armados com mÃsseis ou de espionagem. Segundo o Departamento de Defesa americano, o Iris Makran abriga a bordo um avançado centro eletrônico de coleta de dados, escuta de comunicações e vigilância de área.
Porta-voz de Israel critica decisão: 'Lamentável'
O porta-voz do ministério das Relações Exteriores de Israel, Lior Haiat, publicou uma nota no Twitter na qual chama de "perigosa e lamentável" a decisão brasileira de autorizar a entrada de dois navios de guerra do Irã no porto do Rio. "O Brasil não deve conceder nenhum favorecimento a um estado maligno, responsável por inúmeras violações dos Direitos Humanos contra seus próprios cidadãos, executando ataques terroristas em todo o mundo e proliferação de armas para organizações terroristas em todo o Oriente Médio." E completou: "Este é o momento de seguir os passos dados pela UE, EUA, Canadá, Austrália, Japão e muitos outros paÃses, e se referir ao regime iraniano como o que realmente é: uma entidade terrorista".
A manifestação foi feita após crÃticas do governo americano à decisão brasileira. Os EUA sancionam o Irã, mas o Ministério das Relações Exteriores do Brasil não reconhece sanções unilaterais, apenas aquelas impostas pelo Conselho de Segurança da ONU, o que impacta apenas comércio de armas e material nuclear.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Alvo de crÃticas dos Estados Unidos por receber navios da frota de guerra do Irã no Rio de Janeiro, o governo brasileiro enviou representantes para participar, na terça-feira, 28, de uma cerimônia em alusão aos 120 anos de relações diplomáticas entre os dois paÃses. A solenidade a bordo da fragata Iris Dena - um dos dois navios iranianos ancorados no porto do Rio - da qual participaram oficiais da Marinha e integrantes do Itamaraty, não foi divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores.
A entrada das embarcações iranianas na costa brasileira gerou mal-estar na relação diplomática do Brasil com os Estados Unidos, que impõem sanções ao Irã alegando que o paÃs comete atos de terrorismo e violações aos Direitos Humanos. "O Brasil é uma nação soberana, mas acreditamos firmemente que esses navios não devem atracar em lugar nenhum", disse a embaixadora Elizabeth Bagley no dia 15.
Nesta quarta-feira, 1º, o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Ned Price, reiterou a crÃtica. O governo de Israel também protestou. Lior Haiat, porta-voz do ministério das Relações Exteriores israelense, em nota no Twitter, chamou de "perigosa e lamentável" a ação brasileira.
Mensagem
A embaixada iraniana no Brasil afirmou que a visita é para comemorar os 120 anos de relações diplomáticas entre os dois paÃses, como "uma mensagem de paz e amizade", e garantir rotas de comércio marÃtimo e combater crimes no mar.
Os navios chegaram ao Brasil no domingo, 26, e têm autorização para permanecer até esta sexta-feira, 3. O Itamaraty informou que não há pedidos para prorrogar a autorização.
A fragata Iris Dena escolta o Iris Makran, considerado um "monstro do mar", com 230 metros e cerca de 120 mil toneladas. Mais que um petroleiro convertido em porta-helicópteros, a embarcação pode lançar drones de grande porte, armados com mÃsseis ou de espionagem. Segundo o Departamento de Defesa americano, o Iris Makran abriga a bordo um avançado centro eletrônico de coleta de dados, escuta de comunicações e vigilância de área.
Porta-voz de Israel critica decisão: 'Lamentável'
O porta-voz do ministério das Relações Exteriores de Israel, Lior Haiat, publicou uma nota no Twitter na qual chama de "perigosa e lamentável" a decisão brasileira de autorizar a entrada de dois navios de guerra do Irã no porto do Rio. "O Brasil não deve conceder nenhum favorecimento a um estado maligno, responsável por inúmeras violações dos Direitos Humanos contra seus próprios cidadãos, executando ataques terroristas em todo o mundo e proliferação de armas para organizações terroristas em todo o Oriente Médio." E completou: "Este é o momento de seguir os passos dados pela UE, EUA, Canadá, Austrália, Japão e muitos outros paÃses, e se referir ao regime iraniano como o que realmente é: uma entidade terrorista".
A manifestação foi feita após crÃticas do governo americano à decisão brasileira. Os EUA sancionam o Irã, mas o Ministério das Relações Exteriores do Brasil não reconhece sanções unilaterais, apenas aquelas impostas pelo Conselho de Segurança da ONU, o que impacta apenas comércio de armas e material nuclear.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.