ATOS DE 8 DE JANEIRO
Bolsonaro também é alvo de operação da PF que investiga participação de ex-ministros e militares em tentativa de golpe
Ação busca investigar o grupo que participou da tentativa de golpe de Estado, nos atos de 8 de janeiro de 2023
Última atualização: 08/02/2024 08:29
O ex-presidente Jair Bolsonaro é um dos alvos da Polícia Federal (PF) desta quinta-feira (8), que busca investigar o grupo que participou da tentativa de golpe de Estado, nos atos de 8 de janeiro de 2023. Nesta quinta, a Operação Tempus Veritatis cumpre 33 mandados de busca e apreensão, quatro mandados de prisão preventiva e 48 medidas cautelares diversas, que incluem a proibição de manter contato com os demais investigados, proibição de se ausentarem do país, com entrega dos passaportes no prazo de 24 horas e suspensão do exercício de funções públicas.
De acordo com a Folha de S. Paulo, a PF foi à casa de Bolsonaro, em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, e apreendeu celulares de assessores. A PF determinou, ainda, que o ex-presidente entregasse seu passaporte. O documento não estava na residência. Dessa forma, os policiais deram 24 horas para que seja entregue. Para a Folha, Bolsonaro disse estar sofrendo uma "perseguição implacável".
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comentou sobre a operação desta quinta no Twitter. "Espero que não ocorra nenhum excesso e seja aplicado o rigor da lei", declarou.
Além de Bolsonaro, de acordo com o portal g1, buscas foram feitas contra os generais Braga Netto, Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira, o ex-ministro da Defesa Anderson Torres, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto e aliados militares ou políticos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Conforme a jornalista Andréia Sadi, o ex-assessor especial do presidente Filipe Martins e o coronel do Exército Marcelo Câmara, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, foram presos.
Os policiais federais cumprem as ordens judiciais nos estados do Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Ceará, Espírito Santo, Paraná, Goiás e no Distrito Federal.
Como o grupo agiu, segundo a investigação
A investigação aponta que o grupo se dividiu em núcleos de atuação para disseminar a ocorrência de fraude nas Eleições de 2022, antes mesmo da realização do pleito, de modo a viabilizar e legitimar uma intervenção militar, em dinâmica de milícia digital.
A primeira etapa tratou-se da construção e propagação da versão de fraude nas Eleições de 2022, por meio da disseminação de uma suposta vulnerabilidades do sistema eletrônico de votação, discurso reiterado pelos investigados desde 2019 e que persistiu mesmo após os resultados do segundo turno do pleito em 2022.
A segunda etapa foi a prática de atos para subsidiar a abolição do Estado Democrático de Direito, através de um golpe de Estado, com apoio de militares com conhecimentos e táticas de forças especiais no ambiente politicamente sensível.
Os fatos investigados configuram, em tese, os crimes de organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado.