Você já deve ter lido ou escutado o termo bolha de calor, mas sabe o que é esse fenômeno meteorológico? A MetSul Meteorologia explica que uma bolha de calor, também chamada de domo ou cúpula de calor, é criada quando uma área de alta pressão permanece sobre a mesma área por dias ou até semanas, prendendo ar muito quente por baixo, como uma tampa em uma panela.
“É, assim, um processo físico na atmosfera. As massas de ar quente se expandem verticalmente na atmosfera, criando uma cúpula de alta pressão que desvia os sistemas meteorológicos – como frentes frias – ao seu redor. À medida que o sistema de alta pressão se instala em determinada região, o ar abaixo aquece a atmosfera e dissipa a cobertura de nuvens. O alto ângulo do sol de verão combinado com o céu claro ou de poucas nuvens aquece ainda mais o solo”, esclarece a MetSul.
De acordo os meteorologistas, uma bolha de calor, de 44ºC a 45ºC, se instalou no centro do continente sul-americano. Com isso, as temperaturas no norte da Argentina, no Paraguai e na Bolívia tem atingido máximas entre 42ºC e 45ºC nesta semana. Um alerta vermelho chegou a ser emitido pelo Serviço Nacional de Meteorologia da Argentina, devido à persistência de calor dos últimos dias.
Segundo a MetSul, o comunicado argentino afirma que as altas temperaturas têm “efeito alto a extremo na saúde” com condições que são descritas como “muito perigosas” e que “podem afetar todas as pessoas, inclusive as saudáveis”.
Qual o efeito da bolha de calor o Brasil?
A bolha de calor instala no centro do contente também tem impacto no território brasileiro. Conforme a MetSul, por influência desse fenômeno o calor fica muito acima da média para janeiro em regiões do Centro-Oeste e do Sudeste do País, além de áreas mais Oeste ao Norte do Paraná, na região Sul.
Calor extremo no centro do Brasil é mais comum no período da primavera, segundo a MetSul. “Fazer calor é normal, mas extremos de 40ºC ou perto de 40ºC não são habituais nesta época que costuma ser mais chuvosa no Centro-Oeste e no Sudeste. São Paulo, por exemplo, tem em janeiro o mês mais chuvoso do ano”, enfatiza.
A MetSul ainda explica que a formação de áreas de instabilidade com chuva e temporais tem impedido que o calor mais extremo do norte da Argentina e do Paraguai se instale no Rio Grande do Sul. “Por outro lado, a atmosfera aquecida com maior umidade vem favorecendo os temporais desde o começo da semana no estado gaúcho, com danos e prejuízos em diferentes localidades”, diz a empresa de meteorologia.
Calorão até quando?
A MetSul projeta que o calor extremo continua, pelo menos, até quinta-feira (11) no Paraguai e norte argentino. Segundo os meteorologistas, cidades mais ao norte da região Sul do Brasil, parte do Sudeste e, especialmente, o Mato Grosso do Sul serão afetados por altas temperaturas. No estado citado, pode ter máximas em torno dos 40ºC.
No entanto, embora siga quente, na sexta-feira (12), o calor extremo deve ceder nos países vizinhos e por conta disso, as temperaturas também diminuam no Centro-oeste e no Sudeste brasileiro. O sábado (13), também deve ter registro de máximas menores. Porém, no começo da semana que vem o ar quente voltará a elevar os termômetros na Argentina e no Paraguai.
LEIA TAMBÉM