Um caso de violência obstétrica foi denunciado após uma bebê morrer durante o parto. A família alega que o pescoço da recém-nascida teria sido perfurado pela unha da médica.
O parto aconteceu no último dia 31 na maternidade estadual Albert Sabin, em Salvador, na Bahia. A mãe atribui a morte da criança a lesão, que teria sido causada no momento em que a obstetra puxou a bebê para fora da vagina.
A mãe, Liliane Ribeiro, detalhou negligência em entrevista à TV Bahia. A mulher conta que, durante sua passagem pela maternidade, foi obrigada a passar por um parto normal, mesmo com recomendação de cesárea; foi destratada pela equipe; e abandonada pela médica antes da finalização do parto.
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A mulher relata que, durante o pré-natal, realizou consultas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e na rede privada. Em consulta particular, ela ouviu que a bebê estava saudável, mas que era muito grande e por isso seria mais seguro que o parto fosse cesárea. Mesmo assim, ela foi encaminhada para parto normal no hospital.
A bolsa rompeu na quarta-feira (30), quando ela estava com 31 semanas de gestação. Liliane dormiu na maternidade e apenas no dia seguinte teve mais informações sobre o estado de saúde dela e da filha. Ela foi medicada para ter contrações e induzir o parto.
ABSURDO! Mulher perde o seu bebê durante o parto, devido médica estar usando unhas de gel e perfurar o pescoço do bebê. pic.twitter.com/3x4waLRIKd
— POPTime (@siteptbr) November 7, 2024
Na sala de parto, ela foi orientada a fazer força e ouviu da equipe que seria “rasgada até o talo”. Em determinado momento, um funcionário chegou a pedir que ela “parasse de presepada”. Quando a cabeça da criança saiu, a médica precisou fazer uma manobra para retirá-la.
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A mulher destaca que a médica responsável pelo parto estava com a luva rasgada e, logo após retirar a criança, a entregou para outros profissionais e saiu da sala. Ela parecia estar com alongamento em gel nas unhas, segundo a mãe. O pescoço da bebê teria sido perfurado pela unha da médica. Logo depois, a menina passou por uma massagem cardíaca e o óbito foi constatado.
“Como minha filha saiu de mim morta se antes de entrar na sala de parto ela estava viva? Se eu senti ela mexer? Se a médica mostrou para meu marido a cabecinha dela mexendo? Se eles tentaram reanimar? Minha filha não estava morta”, questionou a mãe.
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Liliane e o marido registraram ocorrência na delegacia. O corpo da recém-nascida passou por perícia no Instituto Médico Legal (IML). O caso ainda é investigado pela Polícia Civil.
Em nota, a Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab) disse que vai apurar o caso. “Ressaltamos ainda que uma sindicância será rigorosamente conduzida para apurar com transparência as circunstâncias do óbito, respeitando os direitos dos envolvidos e mantendo o compromisso com a ética e a excelência no atendimento.”
(*) Com informações do g1 Bahia.
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