INVESTIGAÇÃO
ATAQUE EM ESCOLA: adolescente tentou comprar arma de fogo, diz Polícia
Como não conseguiu acesso ao equipamento, o adolescente de 13 anos usou uma faca para atacar professores e colegas; uma docente de 71 anos morreu
Última atualização: 29/02/2024 08:46
O autor do ataque à Escola Estadual Thomazia Montoro, na zona oeste de São Paulo, tentou comprar armas de fogo pela internet, de acordo com a Polícia Civil. Como não conseguiu acesso ao equipamento, o adolescente de 13 anos usou uma faca para atacar professores e colegas; uma docente de 71 anos morreu.
"Ele disse que tinha a intenção de adquirir uma arma de fogo, e ele não conseguiu", disse o delegado Marcos Vinicius Reis, que investiga o caso. "Ele fez algumas pesquisas via internet e não conseguiu efetivamente adquirir ou ter uma arma de fogo disponibilizada, o que certamente provocaria uma letalidade maior."
Reis disse que a polícia detectou que alguns perfis de redes sociais que interagiam com o agressor foram excluídos. Em outra frente de investigação, o objetivo é coletar os dados de quem estava por trás das interações com o agressor e se algumas delas podem configurar crime. "Ele já tinha todo esse perfil de violência internalizado e que ainda não tinha sido colocado em plena execução, infelizmente aconteceu", disse.
O aluno já estudava cometer um atentado, segundo o delegado, havia pelo menos dois anos. "Ele diz que desde os 11 anos já tinha a ideia de fazer algo grave, de se contrapor a um alegado bullying", disse. "Nas redes sociais, temos publicações do adolescente infrator com a alcunha de Taucci, que é justamente um dos participantes do massacre da escola de Suzano. Então se vê que, por essa alcunha, existia uma intenção já planejada, premeditada."
O delegado afirmou que o agressor atribuiu o ataque a episódios de bullying. A polícia solicitou ao Poder Judiciário a quebra do sigilo telefônico do agressor, além de um HD externo encontrado na casa dele. "Vamos examinar até um Xbox, um videogame", disse. A ideia é tentar apurar mais a fundo a motivação do crime e se houve envolvimento de terceiros.
A intenção prévia, afirma, está "bem clara". "Esse planejamento, essa intenção, que já era deliberada, está manifestada nos bilhetes e cadernos que foram apreendidos", disse. "Há alguns dizeres que permitem inferir que ele estava se despedindo da família, que já ia fazer algo de ruim."