SAÚDE ANIMAL
Assim como os humanos, animais de estimação também podem se estressar
Médica veterinária explica como é a ansiedade dos animais e dá dicas de como combatê-la
Última atualização: 18/11/2024 10:15
O termo “ansiedade” está diariamente presente em nossa vida. Não só a palavra, mas a ansiedade em si, uma reação emocional que pode ser desencadeada por diversas situações. Em nós, seres humanos, esse transtorno pode causar diversos danos à nossa saúde, bem-estar e qualidade de vida. Mas, e os nossos animais de estimação? Será que eles também sofrem com esses sentimentos de inquietação, angústia e estresse?
Segundo o Instituto Pet Brasil, que promoveu um “censo pet” em 2019, existem 139,3 milhões de animais de estimação no Brasil, incluindo aves, peixes, répteis e pequenos mamíferos, além dos mais comuns nos lares brasileiros: cães e gatos. São mais de 54 milhões de cães e quase 24 milhões de gatos.E após a pandemia, os números devem ter crescido ainda mais. Durante o isolamento, uma das soluções encontradas para tornar essa fase mais leve foi a adoção de pets. Em 2021, 54% dos brasileiros adotaram animais de estimação, sendo que 19% destas pessoas nunca tiveram cães ou gatos antes.
Assim como nós, os pets também sofrem com ansiedade. Por isso, vale alertar sobre as causas, os sinais e os tratamentos deste transtorno em relação aos cachorros e gatos.
Giovana Bermudez, médica veterinária, frisa as mudanças repentinas no dia a dia do pet. “Alterações bruscas na sua rotina. Como por exemplo separação dos tutores, mudança de casa ou ambiente, novos integrantes na casa (animais ou humanos), entre outras causas.” Além disso, segundo ela, animais que vivem em superpopulação também podem ficar ansiosos e estressados.
Mimos para o gato
A advogada de Novo Hamburgo Leny Camargo Fisch, 65 anos, é tutora do gato Fred, de 2 anos, que costuma se incomodar com barulho. “De modo geral, ele parece bem tranquilo, mas não gosta de barulho, abrir o portão da garagem, por exemplo. Nestes casos, se ele está perto, sai correndo”, explica.
“Quando notamos alguma situação desconfortável, costumamos dar algum mimo como sachê e, claro, muito carinho”, conta.
Felinos são mais suscetíveis que cachorros
Em relação aos gatos, a médica veterinária Giovana Bermudez ressalta que são mais sensíveis do que os cães. “Gatos são mais sensíveis quando se trata de estresse e ansiedade. Eles podem apresentar alterações urinárias (urinando ou defecando em lugares onde não têm costume, ou até mesmo não urinando), alterações alimentares e no comportamentos em geral”, explicou, alertando sobre a possibilidade do surgimento de doenças secundárias.
Sobre os cachorros, Giovana destaca que eles demonstram mais. “Como exemplo, a automutilação, podendo ou não urinar e defecar em lugares onde não têm costume, entre outros”, disse.
A especialista aponta que os níveis de ansiedade sofrem variações de acordo com os sinais apresentados, desde os mais leves - aqueles que o tutor acaba não percebendo - aos mais graves, gerando doenças secundárias.
De olho no comportamento
Giovana explica que é preciso ficar atento ao comportamento dos bichinhos de estimação.
“Para identificarmos que o nosso animalzinho está ansioso, no caso dos cães e gatos, vamos notar algumas alterações no comportamento, como vocalização e salivação em excesso”, pontua.
Ela complementa afirmando que lambedura excessiva, principalmente nas patas, também é um sinal, além de distúrbios alimentares.
Em alguns casos, o pet chega a puxar os próprios pelos e se automutila.
Algumas opções para acalmar os bichinhos
Giovana afirma que o ideal é sempre optar por tratamentos mais leves e tranquilos com o uso de fitoterápico, feromônio, homeopatia e floral. “Eu gosto muito de usar canabidiol para animais, porque tem alguns que acabam tendo tanta ansiedade que têm convulsões, e não é isso que a gente quer. Às vezes, o canabidiol deixa o paciente mais relaxado e tranquilo. Há quem indique acupuntura, que também pode ajudar”, revela.
Ela acrescenta que a amitriptilina é bastante usada para tratar a ansiedade em gatos, quando é muito recorrente. “É muito usado, porque animais que são muito estressados e nervosos acabam tendo problema urinário, o que gera lesões no trato urinário”.
Giovana reforça a opção por tratamentos menos pesados. “Particularmente falando, temos que pensar em evitar ao máximo o uso de medicação forte”, finaliza.
O termo “ansiedade” está diariamente presente em nossa vida. Não só a palavra, mas a ansiedade em si, uma reação emocional que pode ser desencadeada por diversas situações. Em nós, seres humanos, esse transtorno pode causar diversos danos à nossa saúde, bem-estar e qualidade de vida. Mas, e os nossos animais de estimação? Será que eles também sofrem com esses sentimentos de inquietação, angústia e estresse?
Segundo o Instituto Pet Brasil, que promoveu um “censo pet” em 2019, existem 139,3 milhões de animais de estimação no Brasil, incluindo aves, peixes, répteis e pequenos mamíferos, além dos mais comuns nos lares brasileiros: cães e gatos. São mais de 54 milhões de cães e quase 24 milhões de gatos.E após a pandemia, os números devem ter crescido ainda mais. Durante o isolamento, uma das soluções encontradas para tornar essa fase mais leve foi a adoção de pets. Em 2021, 54% dos brasileiros adotaram animais de estimação, sendo que 19% destas pessoas nunca tiveram cães ou gatos antes.
Assim como nós, os pets também sofrem com ansiedade. Por isso, vale alertar sobre as causas, os sinais e os tratamentos deste transtorno em relação aos cachorros e gatos.
Giovana Bermudez, médica veterinária, frisa as mudanças repentinas no dia a dia do pet. “Alterações bruscas na sua rotina. Como por exemplo separação dos tutores, mudança de casa ou ambiente, novos integrantes na casa (animais ou humanos), entre outras causas.” Além disso, segundo ela, animais que vivem em superpopulação também podem ficar ansiosos e estressados.
Mimos para o gato
A advogada de Novo Hamburgo Leny Camargo Fisch, 65 anos, é tutora do gato Fred, de 2 anos, que costuma se incomodar com barulho. “De modo geral, ele parece bem tranquilo, mas não gosta de barulho, abrir o portão da garagem, por exemplo. Nestes casos, se ele está perto, sai correndo”, explica.
“Quando notamos alguma situação desconfortável, costumamos dar algum mimo como sachê e, claro, muito carinho”, conta.
Felinos são mais suscetíveis que cachorros
Em relação aos gatos, a médica veterinária Giovana Bermudez ressalta que são mais sensíveis do que os cães. “Gatos são mais sensíveis quando se trata de estresse e ansiedade. Eles podem apresentar alterações urinárias (urinando ou defecando em lugares onde não têm costume, ou até mesmo não urinando), alterações alimentares e no comportamentos em geral”, explicou, alertando sobre a possibilidade do surgimento de doenças secundárias.
Sobre os cachorros, Giovana destaca que eles demonstram mais. “Como exemplo, a automutilação, podendo ou não urinar e defecar em lugares onde não têm costume, entre outros”, disse.
A especialista aponta que os níveis de ansiedade sofrem variações de acordo com os sinais apresentados, desde os mais leves - aqueles que o tutor acaba não percebendo - aos mais graves, gerando doenças secundárias.
De olho no comportamento
Giovana explica que é preciso ficar atento ao comportamento dos bichinhos de estimação.
“Para identificarmos que o nosso animalzinho está ansioso, no caso dos cães e gatos, vamos notar algumas alterações no comportamento, como vocalização e salivação em excesso”, pontua.
Ela complementa afirmando que lambedura excessiva, principalmente nas patas, também é um sinal, além de distúrbios alimentares.
Em alguns casos, o pet chega a puxar os próprios pelos e se automutila.
Algumas opções para acalmar os bichinhos
Giovana afirma que o ideal é sempre optar por tratamentos mais leves e tranquilos com o uso de fitoterápico, feromônio, homeopatia e floral. “Eu gosto muito de usar canabidiol para animais, porque tem alguns que acabam tendo tanta ansiedade que têm convulsões, e não é isso que a gente quer. Às vezes, o canabidiol deixa o paciente mais relaxado e tranquilo. Há quem indique acupuntura, que também pode ajudar”, revela.
Ela acrescenta que a amitriptilina é bastante usada para tratar a ansiedade em gatos, quando é muito recorrente. “É muito usado, porque animais que são muito estressados e nervosos acabam tendo problema urinário, o que gera lesões no trato urinário”.
Giovana reforça a opção por tratamentos menos pesados. “Particularmente falando, temos que pensar em evitar ao máximo o uso de medicação forte”, finaliza.
Segundo o Instituto Pet Brasil, que promoveu um “censo pet” em 2019, existem 139,3 milhões de animais de estimação no Brasil, incluindo aves, peixes, répteis e pequenos mamíferos, além dos mais comuns nos lares brasileiros: cães e gatos. São mais de 54 milhões de cães e quase 24 milhões de gatos.E após a pandemia, os números devem ter crescido ainda mais. Durante o isolamento, uma das soluções encontradas para tornar essa fase mais leve foi a adoção de pets. Em 2021, 54% dos brasileiros adotaram animais de estimação, sendo que 19% destas pessoas nunca tiveram cães ou gatos antes.