LUTO

Após morte de jovem por fake news, ministro pede regulamentação de redes sociais

Jéssica Vitória Canedo, de 22 anos, morreu após ser apontada como suposto affair de Whindersson Nunes em uma conversa falsa

Publicado em: 23/12/2023 17:17
Última atualização: 24/12/2023 08:41

O ministro de Estado dos Direitos Humanos e da Cidadania do Brasil Silvio Almeida usou as redes sociais para lamentar a morte da jovem Jéssica Vitória Canedo, de 22 anos. Ela tirou a própria vida nesta sexta (22), após ter sido apontada como suposto affair de Whindersson Nunes em uma conversa fake que viralizou na última semana.


Ministro usou as redes sociais para lamentar a morte da jovem Jéssica Vitória Canedo Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil/Reprodução

Silvio Almeida afirmou que este foi o segundo "caso de suicídio de pessoa jovem - e que guarda relação com a propagação de mentiras e de ódio em redes sociais - de que tenho notícia", afirmou. Durante publicação, ele pediu por uma regulamentação das redes sociais, depois de falar que as empresas que as regem são irresponsáveis.

"A irresponsabilidade das empresas que regem as redes sociais diante de conteúdos que outros irresponsáveis e mesmo criminosos (alguns envolvidos na politica institucional) nela propagam tem destruído famílias e impossibilitado uma vida social minimamente saudável."

Entenda

Alguns dias antes de vir a óbito, Jéssica falou sobre os xingamentos e amaça que estava recebendo em seu Instagram, reiterou que ela e Whindersson nunca conversaram, que era tudo mentira e que "só existem dois culpados nessa história e não somos nós dois". 

A página Choquei foi apontada como principal motivo da repercussão da fake news. Inclusive, prints mostram o criador do portal, Raphael Souza, comentando em uma publicação da jovem: "Avisa pra ela que a redação do ENEM já passou. Pelo amor de Deus!".

Isso gerou revolta da internet que começou a postar a logo da página com respingos de sangue, entre outras coisas. A Choquei se manifestou em forma de nota.

Leia na íntegra o que ministro escreveu:

"Em menos de um mês este é o segundo caso de suicídio de pessoa jovem - e que guarda relação com a propagação de mentiras e de ódio em redes sociais - de que tenho notícia. Tragédias como esta envolve questões de saúde mental, sem dúvida, mas também, e talvez em maior proporção, questões de natureza política. A irresponsabilidade das empresas que regem as redes sociais diante de conteúdos que outros irresponsáveis e mesmo criminosos (alguns envolvidos na politica institucional) nela propagam tem destruído famílias e impossibilitado uma vida social minimamente saudável. Por isso, volto ao ponto: a regulação das redes sociais torna-se um imperativo civilizatório, sem o qual não há falar-se em democracia ou mesmo em dignidade. O resto é aposta no caos, na morte e na monetização do sofrimento."

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