CATÁSTROFE NO RS

ANTES E DEPOIS: Imagens de satélite mostram alcance da destruição do ciclone no RS; veja

chuvas intensas que causaram enchentes e deixaram estragos em dezenas de cidades gaúchas provocaram 49 mortes; dez pessoas estão desaparecidas

Publicado em: 19/09/2023 17:09
Última atualização: 19/09/2023 18:13

Imagens de satélite que fazem parte do Programa de Monitoramento Rede Brasil M.A.I.S (Meio Ambiente Integrado e Seguro), do Ministério da Justiça e Segurança Pública, ilustram o alcance da destruição provocada pelo ciclone extratropical no Rio Grande do Sul. Os impactos para os municípios de General Câmara, Taquari, Muçum e Encantado podem ser conferidos neste antes e depois:


Imagens de satélite mostram alcance da destruição do ciclone no RS Foto: Planet/SCCON do Programa Brasil Mais

Por meio das fotos geradas diariamente, é possível mapear alagamentos em áreas rurais e urbanas, o que auxilia o governo local na tomada de decisões estratégicas, além de acompanhar a evolução da situação nessas áreas e orientar os trabalhos de reconstrução.

De acordo com o boletim das 17 horas do governo do Estado, as chuvas intensas que causaram enchentes e deixaram estragos em dezenas de cidades gaúchas provocaram 49 mortes. Dez pessoas seguem desaparecidas. Segundo o balanço, 104 municípios foram afetados.

As imagens cedidas para a Agência Brasil fazem parte do programa de monitoramento que disponibiliza a órgãos públicos, pesquisadores, entre outros interessados, registros de satélite da constelação da empresa estadunidense Planet, por meio de contrato entre a Polícia Federal e a SCCON, responsável pela plataforma.

As imagens geradas entram na plataforma, são organizadas, analisadas e, finalmente, gerados os alertas. Por exemplo, em uma área de queimadas, o satélite da Planet capta a imagem, e a Plataforma SCCON gera o alerta de queimada.

Atualmente, o programa tem mais de 300 instituições governamentais cadastradas, com cerca de 43 mil usuários. Entre elas, estão órgãos como Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), órgãos estaduais de Meio Ambiente, Agência Nacional de Águas (ANA) e polícias militares.

Alcance

Iara Musse, CEO da SCCON, explica que a plataforma conta com 180 satélites a mais de 550 quilômetros da Terra com sensores que captam as imagens em alta resolução dando detalhes da situação. Como a Terra gira em torno do seu eixo, é possível com esse número de satélites, adquirir imagens da superfície terrestre todos os dias. 

"Todos os dias o Brasil é fotografado em alta resolução pela Planet. Então esse satélite está ‘tirando foto’ de todo o Brasil, incluindo o estado do Rio Grande do Sul, e envia esses sinais com essas imagens. Em 24 horas, essas imagens estão em uma plataforma web disponibilizada para o usuário", disse Iara.

Segundo o diretor comercial da SCCON Geospatial, Vinícius Rissoli, com as imagens diárias, o governo gaúcho consegue fazer a identificação das áreas impactadas pelos alagamentos, tanto nas regiões rurais como nas urbanas.

"Com essas mesmas imagens e outro produto de detecção de construções, a equipe técnica da Secretaria de Gestão e Planejamento do Rio Grande do Sul pode fazer a identificação das áreas urbanas atingidas pelas inundações. Assim, as equipes têm o auxílio das imagens para a tomada de decisões estratégicas e emergenciais com o acompanhamento diário e a evolução nessas áreas."

O governo do Rio Grande do Sul foi procurado para comentar o uso das imagens, mas não respondeu.


PRF resgata mais de 20 pessoas isoladas pela enchente em Camaquã Foto: PRF

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