ECONOMIA
Alimentos e bebidas foram os vilões da inflação em 2022 no Brasil
Transportes ajudaram a frear o IPCA que no acumulado do ano ficou abaixo do que em 2021
Última atualização: 15/01/2024 17:18
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou 2022 com uma taxa de 5,79% acumulada no ano, de acordo com dados divulgados na terça-feira (10), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O índice que mede a inflação oficial ficou abaixo dos 10,06% acumulados em 2021, mas acima da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional, com teto de 5% em 2022. Os transportes ajudaram a frear o índice inflacionário, ao registrar queda de 1,29% no ano. Este mesmo grupo de despesas havia acumulado inflação de 21,03% no ano anterior.
E, mais uma vez, quando analisamos o vilão da inflação está o setor de alimentos e bebidas, que registrou no ano passado inflação acumulada de 11,64% no ano, acima dos 7,94% de 2021. Também tiveram impacto no bolso dos brasileiros os gastos com saúde e cuidados pessoais, que ficaram 11,43% mais caros no ano que passou.
Na lista de alimentos no ranking da inflação acumulada em 2022 estão cebola (130,14%), que teve a maior alta entre os 377 subitens que compõem o IPCA, a batata-inglesa (51,92%), leite longa vida (26,18%) e as frutas (24%). Os preços do leite subiram de forma mais intensa entre março e julho de 2022, quando a alta acumulada no ano chegou a 77,84%.
Peso no bolso
O músico Claudio Veiga, que mora em Novo Hamburgo, sente o impacto na hora da compra. "Os produtos aumentaram, os impostos também, mas o salário não. Não é uma troca justa", comenta. Além dos itens citados pelo IBGE, Veiga lembra de outros que impactam o bolso. "O óleo subiu novamente no fim do ano, o sal também aumentou. São percentuais que parecem pequenos, mas fazem diferença. O jeito é pesquisar e mudar alguns hábitos. Em casa diminuímos o consumo de carne e trocamos o gado pelo frango e o porco", conta.
Para ganhar o cliente
Na fruteira e mercearia do bairro Rio Branco, onde Veiga faz sua compras, o proprietário Jaime Pinheiro dribla a alta dos alimentos investindo na qualidade dos produtos e no atendimento. "A alta reflete a lei da oferta e demanda. Nossa arma é a qualidade e o atendimento, e a gente sempre tenta ter ofertas para atrair o cliente", ressalta Pinheiro.
Uma das alternativas do comerciante é ter contato direto com os fornecedores locais. Um deles é o Alexandre Graff, produtor rural de Presidente Lucena. "Muitas vezes o produtor deveria passar o custo total para os clientes, mas não tem como. Se fosse assim, o alface estaria o dobro. Nos últimos anos tudo subiu, tem custo de transporte e outras coisas. Acabamos trabalhando ainda mais para compensar. A nossa produção foi boa, temos estufa, açude, irrigação. Vamos seguir investindo", ressalta Graff, que tem produção de hortaliças.
O que esperar e impactos estaduais
Em dezembro de 2022, a inflação acelerou 0,62% e esta tendência de alta deve seguir no primeiro trimestre de 2023. "Em função dos gastos governamentais, que pressionam a inflação. Lembrando que os combustíveis voltam a subir com o fim da desoneração de impostos federais sobre combustíveis a partir de março", avalia o economista e professor da Feevale, José Antônio Ribeiro de Moura.
Ainda conforme o economista, a redução do IPCA 2022 frente ao ano de 2021 foi derivada dos cortes tributários sobre produtos e serviços concedidos pelo governo, como combustíveis.
No Rio Grande do Sul, houve a menor variação do País. O IPCA acumulado na região metropolitana foi de 3,61%, abaixo dos 10,99% de 2021. Isso pela redução do ICMS no Estado, com destaque para o preço da gasolina que caiu 30,90% e da energia elétrica residencial (-33,18%).
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou 2022 com uma taxa de 5,79% acumulada no ano, de acordo com dados divulgados na terça-feira (10), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O índice que mede a inflação oficial ficou abaixo dos 10,06% acumulados em 2021, mas acima da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional, com teto de 5% em 2022. Os transportes ajudaram a frear o índice inflacionário, ao registrar queda de 1,29% no ano. Este mesmo grupo de despesas havia acumulado inflação de 21,03% no ano anterior.
E, mais uma vez, quando analisamos o vilão da inflação está o setor de alimentos e bebidas, que registrou no ano passado inflação acumulada de 11,64% no ano, acima dos 7,94% de 2021. Também tiveram impacto no bolso dos brasileiros os gastos com saúde e cuidados pessoais, que ficaram 11,43% mais caros no ano que passou.
Na lista de alimentos no ranking da inflação acumulada em 2022 estão cebola (130,14%), que teve a maior alta entre os 377 subitens que compõem o IPCA, a batata-inglesa (51,92%), leite longa vida (26,18%) e as frutas (24%). Os preços do leite subiram de forma mais intensa entre março e julho de 2022, quando a alta acumulada no ano chegou a 77,84%.
Peso no bolso
O músico Claudio Veiga, que mora em Novo Hamburgo, sente o impacto na hora da compra. "Os produtos aumentaram, os impostos também, mas o salário não. Não é uma troca justa", comenta. Além dos itens citados pelo IBGE, Veiga lembra de outros que impactam o bolso. "O óleo subiu novamente no fim do ano, o sal também aumentou. São percentuais que parecem pequenos, mas fazem diferença. O jeito é pesquisar e mudar alguns hábitos. Em casa diminuímos o consumo de carne e trocamos o gado pelo frango e o porco", conta.
Para ganhar o cliente
Na fruteira e mercearia do bairro Rio Branco, onde Veiga faz sua compras, o proprietário Jaime Pinheiro dribla a alta dos alimentos investindo na qualidade dos produtos e no atendimento. "A alta reflete a lei da oferta e demanda. Nossa arma é a qualidade e o atendimento, e a gente sempre tenta ter ofertas para atrair o cliente", ressalta Pinheiro.
Uma das alternativas do comerciante é ter contato direto com os fornecedores locais. Um deles é o Alexandre Graff, produtor rural de Presidente Lucena. "Muitas vezes o produtor deveria passar o custo total para os clientes, mas não tem como. Se fosse assim, o alface estaria o dobro. Nos últimos anos tudo subiu, tem custo de transporte e outras coisas. Acabamos trabalhando ainda mais para compensar. A nossa produção foi boa, temos estufa, açude, irrigação. Vamos seguir investindo", ressalta Graff, que tem produção de hortaliças.
O que esperar e impactos estaduais
Em dezembro de 2022, a inflação acelerou 0,62% e esta tendência de alta deve seguir no primeiro trimestre de 2023. "Em função dos gastos governamentais, que pressionam a inflação. Lembrando que os combustíveis voltam a subir com o fim da desoneração de impostos federais sobre combustíveis a partir de março", avalia o economista e professor da Feevale, José Antônio Ribeiro de Moura.
Ainda conforme o economista, a redução do IPCA 2022 frente ao ano de 2021 foi derivada dos cortes tributários sobre produtos e serviços concedidos pelo governo, como combustíveis.
No Rio Grande do Sul, houve a menor variação do País. O IPCA acumulado na região metropolitana foi de 3,61%, abaixo dos 10,99% de 2021. Isso pela redução do ICMS no Estado, com destaque para o preço da gasolina que caiu 30,90% e da energia elétrica residencial (-33,18%).
E, mais uma vez, quando analisamos o vilão da inflação está o setor de alimentos e bebidas, que registrou no ano passado inflação acumulada de 11,64% no ano, acima dos 7,94% de 2021. Também tiveram impacto no bolso dos brasileiros os gastos com saúde e cuidados pessoais, que ficaram 11,43% mais caros no ano que passou.