BRASÍLIA

Aliados a Bolsonaro reagem contra STF por morte de preso do 8 de janeiro

Cleriston Pereira da Cunha teve mal súbito durante banho de sol em presídio

Publicado em: 23/11/2023 14:46
Última atualização: 23/11/2023 14:47

Um dos presos no Congresso em meio aos atos golpistas de 8 de janeiro morreu na segunda-feira (20), após ter um mal súbito durante banho de sol no Complexo da Papuda, em Brasília.


Momento em que manifestantes invadiram Congresso, STF e Palácio do Planalto Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Cleriston Pereira da Cunha passou mal por volta das 10 horas no pátio do bloco de recolhimento do presídio, foi atendido por equipes do Samu e do Corpo de Bombeiros, mas não resistiu.

A morte de Cleriston foi comunicada à mulher e às duas filhas. A informação foi encaminhada ao Supremo Tribunal Federal (STF) pela juíza Leila Cury, da Vara de Execuções Penais do Distrito Federal.

De acordo com a Secretaria de Administração Penitenciária do DF, Cleriston era acompanhado por equipe multidisciplinar da Unidade Básica de Saúde da Papuda desde sua detenção, em janeiro. Ele recebia remédios controlados para diabetes e hipertensão.

Cleriston respondia à ação penal por associação criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.

A defesa dele havia pedido ao ministro Alexandre de Moraes que ele fosse colocado em liberdade provisória. Em setembro, a Procuradoria-Geral da República deu parecer favorável, mas ainda não havia despachado sobre a solicitação.

Após o falecimento, Moraes requisitou à Papuda informações detalhadas sobre o caso, inclusive com cópia do prontuário e relatório médico dos atendimentos recebidos por Cleriston na prisão.

Reação

Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reagiram à morte de Cleriston com críticas ao STF e ao ministro Alexandre de Moraes.

O senador e ex-vice presidente Hamilton Mourão (Republicanos-RS) criticou o fato de Cleriston ainda estar preso até ontem, mesmo com o parecer da PGR. Segundo Mourão, o falecimento do homem representa uma "burocracia que vem cerceando direitos dos presos". "É preciso uma investigação minuciosa para que esse fato gravíssimo seja esclarecido", afirmou o general.

O deputado federal Ubiratan Sanderson (PL-RS), presidente da Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados, questionou os motivos que levaram à morte do preso. "Alguém terá que ser responsabilizado", afirmou o parlamentar do PL.

Já a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) afirmou que o seu gabinete está trabalhando em conjunto com a bancada de oposição ao governo para a realização de uma "apuração dos fatos relacionados a essa infeliz notícia".

O ex-deputado federal e ex-procurador Deltan Dallagnol (Novo-PR) também ressaltou o aval dado pela PGR à concessão da liberdade provisória para Cleriston. "Não há palavras para a injustiça absurda praticada pelo Supremo".

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