CASO ANIC
Alguém mandou matar advogada desaparecida? Veja o que se sabe sobre o caso
Advogada estava desaparecida desde fevereiro e foi encontrada concretada em um muro no Rio de Janeiro
Última atualização: 27/09/2024 15:08
O corpo da advogada Anic de Almeida Peixoto Herdy foi encontrado concretado em um muro na quarta-feira (25), sete meses após desaparecer saindo de um shopping de Petrópolis, no Rio de Janeiro.
Um homem confessou o crime. Foi no quintal dele que o corpo de Anic foi encontrado. Entretanto, ele afirma que o marido da vítima seria o verdadeiro mandante. Agora, a polícia continua tentando descobrir a verdade por trás do assassinato da advogada.
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"Ela foi morta desde o primeiro dia"
"Anic está morta", declarou a advogada Flávia Fróes, que representa o homem apontado como autor do crime, Lourival Correa Netto Fadiga, no final de agosto. "Ela foi morta desde o primeiro dia", disse ela, segundo o portal de notícias G1.
Durante as buscas, o suspeito, conhecido como Gordo e Fatica, se tornou réu pelo sequestro da advogada mediante extorsão. Naquela época, a defesa afirmou que ele teria cometido o crime a mando de outra pessoa.
Na época, a advogada afirmava que não podia falar quem seria essa pessoa. Depois, o marido de Anic, Benjamin Herdy, de 78 anos, foi apontado como o mandante.
A relação entre assassino confesso e marido de Anic
Lourival era um funcionário de confiança da família Herdy. Apesar de se apresentar como policial federal, ele nunca integrou os quadros da corporação, conforme a investigação.
Em fevereiro, quando a advogada desapareceu, o viúvo da vítima recebeu mensagens pedindo por dinheiro para que ela voltasse para casa. A investigação apontam que Benjamin teria feito mais de 40 depósitos orientado por Lourival. No total, foram R$ 4,6 milhões entregues em contas diferentes.
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"Me mandou matar sua esposa"
"Eu, Lourival C. N. Fatica, declaro que o Benjamin Cordeiro Herdy me mandou matar sua esposa, Anic Herdy, e que a compensação financeira é mera cortina de fumaça", diz uma carta, supostamente escrita Gordo na cadeira. Ela foi divulgada pela defesa na segunda-feira (23) e veiculada pelo portal de notícias.
Na terça (24), a defesa de Lourival afirmou que o marido de Anic teria determinado a morte desde janeiro deste ano, e que o sequestro teria sido apenas uma maneira de encobrir o crime.
"Todo o plano foi forjado por ambos, e só não deu certo porque a filha de Benjamin gravou uma conversa dela com Benjamin e Lourival, em que ela estranha o crime", disse a advogada Flávia, durante a entrevista coletiva convocada por ela.
"Durante todo o período do falso sequestro, Benjamin e Lourival estiveram juntos", prosseguiu. "As antenas dos celulares de Lourival e Benjamin vão provar que ambos estavam no mesmo lugar e fizeram tudo juntos", acusou a advogada.
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Câmeras de segurança
Nesta quarta-feira (25), no dia em que o corpo de Anic foi descoberto, o delegado Nei Loureiro, da 105ª DP de Petrópolis afirmou que agentes estavam tentando conseguir o histórico das gravações de uma câmera na casa de Benjamin Herdy.
A defesa de Lourival Fatica afirmava que elas comprovariam que o agora viúvo foi o mandante do crime. Ao G1, o delegado disse que uma conversa em que os dois supostamente negociavam o crime teria sido gravada por ela, que fica na sala da residência.
"Nós fomos na casa para arrecadar o chip de memória dessa câmera", afirmou. Entretanto, ainda não há informações sobre a polícia ter conseguido a gravação.
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Sem provas
Não há indícios contra o marido de Anic no caso, de acordo com a delegada que coordenou as investigações, ao G1.
Ela falou ainda que "ao contrário do telefone do Lourival, que foi totalmente apagado por ele, o telefone do Benjamim foi periciado e vasculhado de ponta a ponta. Nenhum indício nesse sentido foi encontrado".
Entretanto, até o fechamento desta matéia, às 13h33, ainda não há informações adicionais sobre as imagens da câmera retirada da casa de Benjamin.
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O que diz a defesa do marido de Anic
A defesa da família Herdy, até o fechamento desta matéria, às 13h55, ainda não se manifestou sobre o mandado de busca para as câmeras de segurança.
Anteriormente, o advogado João Vitor Ramos afirmou que as acusações de Lourival eram um "ato de desespero e de crueldade". Confira a nota na íntegra, conforme o G1:
"Em relação à 2ª entrevista coletiva convocada e prestada pela defesa de Lourival, a família de Anic entende que se trata de mais um ato de desespero e de crueldade.
Diante do óbvio e inevitável fracasso em tentar imputar a responsabilidade à própria vítima, tese que tentou emplacar quando do início das investigações, Lourival novamente altera a sua versão e agora, após a conclusão das investigações, adota a patética estratégia de desestabilizar Benjamim e Lara, que em breve serão ouvidos em declarações na instrução criminal, ao atribuir a autoria ao marido da vítima.
Como se observa, retirar a vida de Anic não satisfez Lourival. A dor e o sofrimento do marido e dos filhos da vítima também não foram suficientes. Acuado pelo iminente início da instrução processual, que certamente culminará na sua condenação, assim como de todos os indiciados pela autoridade policial e denunciados pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, Lourival utiliza o holofote proporcionado pela repercussão do caso para se promover e para prosseguir na missão de destruir aquilo que nunca foi capaz de alcançar em sua vida e que sempre invejou em Benjamim, Anic, Nickolas e Lara: A união e o amor de uma família.
Lamentavelmente, essa empreitada conta com o apoio da defesa, que deveria se limitar ao aspecto técnico. Talvez acreditando que o exercício do inafastável direito de defesa lhe confere imunidade absoluta, Lourival, por intermédio dos seus procuradores, há muito prática reiterados abusos e excessos, incluindo-se, a toda evidência, a falsa imputação pública de crime a Benjamim.
Embora a emoção e a impulsividade reclamem resposta à altura, a família de Anic e seus advogados seguirão firmes no respeito ao devido processo legal, sempre observando o sigilo do processo criminal e, principalmente, atuando e dialogando nos estritos limites institucionais.
Portanto, como consequência das declarações formuladas na entrevista coletiva em questão, Lourival e seus procuradores serão demandados na esfera cível, criminal e disciplinar.
No mais, a família de Anic segue acreditando no Poder Judiciário e, principalmente, na minuciosa investigação conduzida pela Polícia Civil e pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, que há meses identificou e denunciou os efetivos responsáveis pelo assassinato de Anic."
"Cinzas já estão passeando pelo rio": Outros envolvidos no crime
Ainda em agosto, o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) havia pedido que os dois filhos e a amante de Lourival também respondessem pela morte de Anic Herdy.
"Cinzas já estão passeando pelo rio", teria escrito a a amante de Lourival, Rebecca Azevedo dos Santos, e enviado para ele cerca de 20 dias após Anic ter desaparecido, conforme o portal de notícias.
*Com informações de G1.