Quatro pessoas foram presas na manhã desta sexta-feira (27). As prisões aconteceram nos municípios de Canoas e Porto Alegre durante a terceira fase da Operação Extorsor. Segundo a Polícia Civil, a investigação foi baseada nos crimes de extorsão, tortura e associação criminosa armada. Os presos, conforme a polícia, fazem parte de uma facção com sede no Vale do Sinos.
De acordo com o delegado Marco Guns, titular da 1ª Delegacia de Polícia de Canoas (1ªDP), a nova fase da operação visou determinar a autoria e materialidade de crimes praticados na região. O primeiro começou no início do ano, quando uma família da Capital, por conta de dívidas anteriormente contraídas por agiotagem, foi obrigada a entregar terreno e casas para um dos grupos. O detalhe, de acordo com a Polícia Civil, é que o débito não existia mais.
Já o segundo crime investigado, diz respeito a coação, quando a vítima foi ameaçada de morte após ser extorquida por agiotas. O delegado confirmou ainda a investigação de um terceiro ato criminoso. “Os agiotas levaram a vítima para um conhecido local de desova de corpos na Praia do Paquetá, em Canoas, onde a mesma foi torturada, espancada e ameaçada, com o objetivo que confessasse uma dívida inexistente.” Guns afirma que a esposa e mãe do homem também foram coagidas e ameaçadas.
Entre abril e julho, durante as primeiras fases, 15 pessoas já haviam sido presas. A Polícia Civil continua investigando o caso. “Os integrantes das células criminosas identificadas criaram a figura do “fiador de dívidas inexistentes”. Após receberem um valor muito acima do já contratado, repassam a dívida, não mais existente, para membros de grupos de cobrança violenta, que passam a exigir dinheiro de vítimas aleatórias. Assim, familiares também são submetidos à tortura psicológica”, completa Guns.
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