Faltando dois meses e meio para o fim do ano, o Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (16) pelo Banco Central sinaliza como o mercado projeta a economia para a reta final de 2023 e o início de 2024. Não há alteração significativa em relação aos últimos relatórios, o que sinaliza uma consolidação de cenário.
Como fica o dólar nos próximos meses?
O cenário esperado para o câmbio brasileiro neste ano não sofreu alteração no relatório de mercado Focus desta semana. A estimativa para o câmbio no fim de 2023 seguiu em R$ 5,00, ante R$ 4,95 de um mês antes. Para 2024, a mediana subiu de R$ 5,02 para R$ 5,05, ante R$ 5,00 de quatro semanas antes.
A projeção anual de câmbio publicada no Focus é calculada com base na média para a taxa no mês de dezembro, e não mais no valor projetado para o último dia útil de cada ano, como era até 2020. Com isso, o BC espera trazer maior precisão para as projeções cambiais do mercado financeiro.
Mercado projeta queda da taxa básica de juros em 2024
A expectativa para taxa Selic no fim de 2023 foi mantida em 11,75% ao ano pela décima semana consecutiva no Boletim Focus. A expectativa segue a sinalização mais recente do Comitê de Política Monetária (Copom) de que o ritmo de corte de 0,50 ponto porcentual é o mais apropriado para as próximas reuniões.
O colegiado só se reúne mais duas vezes este ano, em novembro e dezembro. Atualmente, após duas quedas, o juro básico da economia está em 12,75% ao ano.
Para o término de 2024, a mediana se manteve em 9,00%. Há um mês, a estimativa já era de 9,00%. Considerando apenas as 61 respostas dos últimos cinco dias úteis, a mediana para o fim de 2023 também continuou em 11,75%. Para o fim de 2024, continuou em 9,00%, com 60 atualizações na última semana.
Copom fala em redução de 0,50 ponto percentual nas próximas reuniões
No encontro de setembro, o Copom repetiu que antevê redução de 0,50 ponto percentual da taxa Selic nas próximas reuniões e que seria o ritmo apropriado para “manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário”.
Na coletiva de imprensa do Relatório Trimestral de Inflação (RTI), o presidente do BC, Roberto Campos Neto, acrescentou que a “barra” para acelerar ou reduzir o passo de corte está ligeiramente mais alta, sobretudo com os novos riscos derivados do cenário externo.
Os membros do Copom afirmaram ainda que, dado o momento de grandes incertezas, não há ganhos em adiantar o tamanho do ciclo de cortes, mas reforçaram que será o necessário para garantir a convergência da inflação à meta.
Qual a previsão do PIB para 2023?
O Boletim Focus divulgado nesta segunda pelo Banco Central trouxe manutenção nas projeções para o Produto Interno Bruto (PIB). A mediana para a alta do PIB em 2023 seguiu em 2,92%, contra 2,89% há um mês.
Para 2024, o Relatório Focus também trouxe estabilidade na estimativa de crescimento do PIB, que continuou em 1,50% na semana, mesmo patamar de um mês atrás. Considerando apenas as 45 respostas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa para o PIB de 2024 passou de 1,60% para 1,50%.
Em relação a 2025, a mediana continuou em 1,90%, contra 1,95% de quatro semanas antes. O boletim ainda trouxe a estimativa de crescimento para 2026, que se manteve em 2,00%, mesmo nível de um mês atrás.
O governo espera que o crescimento do PIB este ano alcance 3,2%. Já no Banco Central, a estimativa atual é de 2,9%, conforme o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de setembro.
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