CRISE FINANCEIRA

123 MILHAS: Justiça aceita pedido de recuperação judicial; dívida acumulada supera R$ 2,3 bilhões

Relação de credores ultrapassa 700 mil pessoas; saiba o que a decisão prevê aos consumidores que tiveram pacotes de viagens cancelados

Publicado em: 31/12/1969 21:00
Última atualização: 31/08/2023 17:00

A Justiça de Minas Gerais (MG) aceitou nesta quinta-feira (31) o pedido de recuperação judicial da 123 Milhas. A decisão suspende, por 180 dias, todas as ações e execuções contra a agência de viagem. Com dívida acumulada de cerca de R$ 2,3 bilhões, a companhia entrou com o pedido na terça-feira.

123 MILHAS: Justiça aceita pedido de recuperação judicial Foto: FreePik/Reprodução

Em um cálculo inicial, a relação de credores ultrapassa 700 mil pessoas físicas, segundo a análise da juíza da 1ª Vara Empresarial da Comarca de Belo Horizonte. A decisão determina que o plano de recuperação contenha medida de reparação para esses consumidores.

"Em se tratando de pedido de recuperação judicial de empresas cujo objeto principal é a atuação no mercado consumerista que goza de especial proteção legal de caráter público, o plano a ser apresentado ao juízo deve conter medidas de reparação ao universo dos credores consumeristas pelos danos causados em todo território nacional", diz a juíza Cláudia Helena Batista, na decisão.

A determinação estipula prazo de 15 dias para que credores enviem aos administradores judiciais divergências nas dívidas apresentadas pela 123 Milhas. A magistrada ainda indicou que os credores que queiram entrar com mediação devem enviar a decisão para a 1ª Vice Presidência do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais (TJ-MG) por meio do e-mail: gavip1@tjmg.jus.br.

A juíza responsável nomeou dois administradores judiciais no processo: Paoli Balbino & Barros Sociedade de Advogados e Brizolar e Japur. Os representantes têm o prazo de 48 horas para aceitar a indicação.

O Tribunal fixou honorários em 4% da dívida de R$ 2,3 bilhões. Com isso, cada um receberá R$ 46 milhões. Eles têm 48 horas para aceitar a nomeação. A juíza ainda pediu para a empresa enviar a documentação faltante, como a relação de empregados, bens de administradores, extratos bancários e demais dados pessoais, que serão inseridos em caráter sigiloso no processo.

Além da 123 Milhas, também assinam como requerentes da recuperação judicial a Nouvem, holding que detém 100% do controle da companhia, assim como a Art Viagens. A empresa é uma das principais fornecedoras da 123 Milhas e figura como garantidora em uma série de contratos e obrigações, ocupando, inclusive, a posição de devedora solidária.

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