VÁLIDO POR 90 DIAS

Produtos apenas com registros estadual ou municipal podem ser vendidos fora do RS

Permissão ocorrer em caráter emergencial pelo período de três meses, como medida para minimizar as perdas provocadas pelas enchentes no Rio Grande do Sul

Publicado em: 19/05/2024 16:09
Última atualização: 19/05/2024 16:10

A interrupção de estradas e suspensão de feiras no Rio Grande do Sul, causados pelas enchentes, exigiu medidas para minimizar as perdas dos produtores rurais. Uma dessas ações é a comercialização interestadual de produtos de origem animal de agroindústrias gaúchas que estão registradas apenas nos Serviços de Inspeção estadual ou municipal. 

A autorização foi dada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), em caráter excepcional por 90 dias. O primeiro embarque de produtos gaúchos para fora do Estado ocorreu no último dia 17.

Entenda como funciona a autorização de venda em outros estados

Pela regra vigente até então, só pode ser comercializado em todo o Brasil produtos de origem animal, cujas agroindústrias estejam registradas no Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi-Poa). A permissão válida para produtos do Rio Grande do Sul foi dada em caráter extraordinário, por conta dos prejuízos causados pelas enchentes.


Produtos de agroindústrias do RS poderão ser vendidos em outros estados mesmo sem o o registro do Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi-Poa). Medida é válida em caráter emergencial Foto: Emater/Divulgação

 

Primeiro embarque de laticínios ocorreu em Gravataí

Foram embarcadas três toneladas de queijo e doce de leite para Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Minas Gerais. O carregamento do caminhão ocorreu no Posto Radar, às margens da RS-118, no Distrito Industrial de Gravataí.

A viabilização desta primeira carga foi possível através da mobilização de entidades do setor de laticínios, contando com o apoio de uma empresa de logística que cedeu o caminhão sem cobrar o frete.

Mais de 1,7 mil agroindústrias impactadas pela enchente no RS

Segundo a Emater, mais de 1,7 mil estabelecimentos da agroindústria familiar sentem dificuldades na comercialização de produtos. As dificuldades logísticas dentro do RS são apontadas como fator principal.

No entanto, há outras perdas diretas aos produtores rurais. A engenheira de alimentos e extensionista da Emater/RS-Ascar, Bruna Bresolin, acompanha de perto os produtores e relata casos de inundação, em que famílias perderam a casa, a agroindústria, o estoque, a matéria prima: "tiveram a propriedade arrasada", lamenta.

Os produtos enviados passaram pela inspeção da Superintendência Federal de Agricultura e Pecuária do RS (SFA-RS), que emitiu a autorização de trânsito para as agroindústrias, com as devidas exigências de saúde animal aplicáveis.

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