Enquanto no Rio Grande do Sul o agronegócio comemora crescimento da safra de soja na ordem de 70% em relação ao ciclo anterior, em boa parte do Brasil o cenário é bem diferente.
A Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil) divulgou nota nesta quarta-feira (6) dizendo que a safra 2023/2024 “tudo deu errado” e que “deve ser esquecida”.
O texto relembra que houve atraso na hora de plantar a soja por falta de umidade na maior parte do País e pelo excesso de chuva no Sul. Com falha no desenvolvimento das lavouras, muitos agricultores fizeram dois e até três replantios.
Já na hora de colher, um grande volume de chuva impediu os trabalhos e ainda possibilitou o aparecimento de doenças, como a ferrugem asiática, e de pragas, como a mosca branca.
As estimativas da entidade são de quebra de safra em Mato Grosso (21%), Tocantins (20%) e Goiás (15%). “A Aprosoja Brasil mantém sua estimativa de, aproximadamente, 135 milhões de toneladas, pois os relatos dos produtores refletem a realidade vivida no campo, que é muito diferente das estimativas atuais de empresas privadas e órgãos oficiais”, informa.
O texto continua dizendo que “mesmo nos cultivos que estavam visualmente em boas condições, os grãos não estão se desenvolvendo bem por conta de anomalias existentes, com redução do peso, e as colheitadeiras estão registrando uma produtividade bem menor do que foi estimada inicialmente”.
A nota da Aprosoja também destaca os baixos preços praticados, como em Mato Grosso, o principal estado produtor de grãos, onde a saca está sendo vendida entre R$ 80 e R$ 105.
“Se o mercado refletisse a realidade das lavouras, frente a grande demanda mundial pela oleaginosa, os preços estariam apresentando um comportamento inverso ao atual. Como de costume, os dados da safra são superestimados artificialmente, baseados no cenário mais otimista, com benefício aos compradores”, criticou a nota.
A Aprosoja Brasil termina o posicionamento afirmando que é hora de buscar soluções e que tem feito movimentações junto à Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), instituições financeiras e Ministério da Agricultura para que as soluções para socorrer os produtores estejam acessíveis o mais breve possível.
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