A entrada de mudas de citros no Rio Grande do Sul agora passa por rigoroso controle. A medida foi adotada como forma de evitar a contaminação dos pomares.
O Departamento de Defesa Vegetal (DDV) acompanha o ingresso de mudas e outros materiais propagativos de plantas cítricas no Rio Grande do Sul, pondo em prática o determinado pela Instrução Normativa 14/2024. O documento, publicado ao final de maio, estabelece ações para Defesa Sanitária Vegetal visando à proteção da citricultura.
Controle fitossanitário pelo DDV
Uma das ações de controle fitossanitário ocorreu no último dia 17, quando uma equipe da Divisão de Defesa Sanitária Vegetal (DDSV) acompanhou a chegada de 800 mudas vindas de Santa Catarina, com destino à Região Metropolitana.
“Analisamos a documentação e acompanhamos o descarregamento, para fazer uma coleta de análise que confirme as informações constantes na documentação”, explica a chefe da DDSV, Rita Antochevis.
O objetivo é impedir a entrada de doenças e pragas, associadas à cultura, como Clorose Variegada dos Citros, gomose, cancro cítrico, pinta-preta e o HLB/Greening. Esta última, causada pela bactéria Candidatus liberibacter, vem ocasionando grandes perdas na citricultura, mas ainda não foi registrada no Estado.
“Os produtores comerciais de citros, que tenham mais de 50 plantas, ou produtores de material de propagação, devem cadastrar suas propriedades e produção junto à Secretaria, por meio do Sistema de Defesa Agropecuária (SDA)”, complementa Rita. O acesso ao sistema pode ser requisitado aos escritórios ou inspetorias de defesa agropecuária locais.
Monitoramento de HLB/Greening já encontrou mosquitos transmissores da doença
A Seapi realizou, de outubro de 2023 a abril de 2024, um monitoramento da ocorrência de Diaphorina citri, inseto vetor de HLB/Greening, em pomares de citros do Estado. Foram 199 pontos de amostragem, com análise de mais de 2,5 mil armadilhas adesivas, em 95 propriedades de 42 municípios.
A presença do inseto foi detectada em cinco propriedades de três municípios, ou 5,2% da amostragem. Foram capturados 89 insetos para análise da presença da bactéria causadora do HLB/Greening. “Todos deram negativo”, conclui Rita.
A Seapi convida as Secretarias Municipais de Agricultura a integrarem o Plano Estadual de Exclusão e Contingência ao HLB/Greening. “A ação é no sentido de monitorar os sintomas da doença e o inseto vetor, com o uso de armadilhas adesivas amarelas, tanto em pomares comerciais quanto em viveiros e pomares domésticos.
A Seapi treina e orienta os municípios a realizar esta atividade”, detalha a chefe da DDSV. A solicitação de parceria pela secretaria pode ser feita pelo e-mail defesavegetal@agricultura.rs.gov.br.
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