Muito mais que um espaço de bons negócios, o Pavilhão da Agricultura Familiar na Expoagro Afubra abriga histórias, sonhos e projetos, além de revelar cenários do setor. Em 2024, dos 216 empreendimentos participantes, 115 são liderados por mulheres. Uma delas, Elaine Mohr, de Arroio do Tigre, aos 26 anos começa a viver o processo de sucessão do negócio da família. Hoje, ela atua ao lado dos pais e do noivo na Mohr Agroindústria – Suinocultura e Abatedouro.
“Em 1990 nós começamos a investir na suinocultura. Somente a partir de 2014 decidimos apostar nos embutidos para agregar valor”, explica. A partir do ano seguinte, no entanto, a jovem precisou conciliar os estudos do curso de Administração, em Santa Cruz do Sul, com a rotina da empresa. Foi no mesmo período, aliás, que ela conheceu o companheiro, Eduardo Ellwanger, 26, com quem também dividiu a sala de aula na universidade.
Anos mais tarde, em 2022 Elaine voltou à terra natal para se decidir integralmente à atividade no campo. Eduardo, inclusive, seguiu o exemplo. Recentemente deixou as atividades na cidade para integrar a equipe. “Mas nós não nos limitamos apenas à agroindústria. Plantamos tabaco, soja, milho, vinhos, criamos ovelhas”, revela Elaine.
Durante os dias de Expoagro Afubra, ela espera poder ampliar o leque de contatos com o intuito de expandir mercados. “Há cerca de oito anos participamos da feira. Para nós é a melhor em termos de organização, espaço e vendas. Aqui a gente se sente em casa”.
Enquanto os irmãos decidiram seguir outros caminhos, Mariana Dal Forno, de 21 anos, apostou na queijaria da família. De Independência/RS, em 2024 ela participa pela primeira vez na Expoagro Afubra, ao lado do pai Marcos Luiz Dal Forno. “É uma feira grande. Minhas expectativas são altas para vendas e divulgação do produto”, afirma.
Estudante do sétimo semestre de Medicina Veterinária, ela percebe, na atividade, muitas possibilidades. “A agroindústria abriu inúmeras portas. Percebo, também, que há ainda novos caminhos para o crescimento”.
De acordo com o assessor de política agrícola e agroindústria da Fetag-RS, Jocimar Rabaioli, o primeiro dia de vendas no Pavilhão da Agricultura Familiar foi bastante positivo. Em relação às expectativas para a 22ª edição, ele acredita que o volume total de comercialização vai superar a de 2023, quando alcançou R$ 1,764 milhão em negócios. “Mas, antes disso, o mais importante é a oportunidade da participação, de demonstrar o produto, sem falar nos negócios realizados no pós-feira”.
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