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MEIO AMBIENTE

Botos no Amazonas: Equipe de busca encontra mais cinco carcaças; veja possível causa para mortandade

No total, mais de 125 animais já foram encontrados mortos no Lago Tefé. Estiagem atinge 58 municípios do Estado

Publicado em: 04/10/2023 às 12h:51 Última atualização: 04/10/2023 às 13h:05
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O grupo emergencial de acompanhamento e retirada dos botos do Lago Tefé, no Amazonas, encontrou mais cinco carcaças desses animais, segundo balanço divulgado pelo Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá na noite dessa terça-feira (3). As carcaças foram encaminhadas para necropsia.

Até o momento, as altas temperaturas na região estão sendo apontadas como a principal causa da morte de mais de 125 botos no Lago Tefé.

Morte de botos no Amazonas | Jornal NH



Morte de botos no Amazonas

Foto: Instituto Marimauá

“O Grupo de Resgate de Animais em Desastres (Grad), não identificou nenhum boto vivo com alteração comportamental que necessitasse de resgate, mas ficou em alerta próximo à região onde foram encontrados dois novos botos mortos por volta das 2 horas”, informou o instituto.

A mobilização, iniciada no fim de semana, ocorreu após a morte de mais de 100 mamíferos aquáticos, como o boto vermelho e o tucuxi, que viviam no local.

No sábado (30), o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) enviou equipes de veterinários e servidores do seu Centro de Mamíferos Aquáticos (CMA) e da Divisão de Emergência Ambiental para apurar as causas da mortandade extrema desses animais.

Além dos botos, novas equipes de especialistas do Mamirauá foram montadas para analisar a mortandade dos peixes no lago.

Nesta quarta-feira (4), chega um especialista em plânctons do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) para estudar o surgimento de uma floração de algas no Lago Tefé. Ele deve avaliar a possibilidade de essas algas estarem liberando algum tipo de toxina na água do lado que teve variação de aquecimento de 29° a 37° ao longo do dia.

Alckmin em Manaus

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, viajou para Manaus a fim de avaliar a situação da estiagem que atinge 58 municípios do Amazonas e definir medidas para mitigação dos impactos da seca. Além do Amazonas, Rondônia e Acre também sofrem com a estiagem, que já afeta cerca de 500 mil pessoas na região.

A viagem ocorre a pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que se recupera de uma cirurgia. Entre as iniciativas que o governo anunciou estão a realização de duas obras de dragagem, uma no Rio Solimões e outra no Rio Madeira, para recuperar a capacidade de navegação de ambos.

A primeira obra terá 8 quilômetros (km) de extensão, com duração de 30 dias e custo de R$ 38 milhões. A segunda, em 12 km, terá duração de 45 dias e custo de R$ 100 milhões.

O governo também estuda a liberação do seguro-defeso aos pescadores pelo período em que foram prejudicados. O Ministério do Meio Ambiente e Mudanças do Clima anunciou o envio de 191 brigadistas para reforçar a equipe local que trabalha no controle de incêndios.

O Ministério de Minas e Energia disse que uma ação preventiva realizada meses atrás permitiu a estocagem de óleo diesel na região, o que garantirá, pelos próximos 30 dias, o sistema de abastecimento de 169 setores isolados no Amazonas.

Seca prolongada

Com a seca prolongada, a prefeitura de Manaus decidiu antecipar o fim do ano letivo na rede municipal de ensino de comunidades ribeirinhas, localizadas no Rio Negro. A Secretaria Municipal de Educação (Semed) informou ontem (3) que o término, antes previsto para o dia 17, ocorrerá nesta quarta-feira, devido à dificuldade de professores e alunos se deslocarem para as escolas.

Devido ao regime de cheia e vazante dos rios, as escolas do Rio Negro adotaram calendário diferenciado, com as aulas começando em janeiro e terminando em outubro. A adoção de calendário diferenciado é prevista na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB).

“Nas escolas do Rio Amazonas, que obedecem ao calendário regular da Semed, os alunos entraram em período especial, com aulas remotas. A cada 15 dias, a equipe pedagógica da prefeitura analisará a possibilidade do retorno das atividades presenciais”, informou a secretaria.

Em razão da seca que atinge o Amazonas, 23 municípios já decretaram situação de emergência. Dos 62 municípios amazonenses, 35 estão em situação de alerta, dois em atenção e dois em normalidade. Além dos decretos municipais, o governador, Wilson Lima também decretou situação de emergência em 55 municípios do Amazonas afetados pela seca.

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