A busca pela essência do Charlie Brown Jr. levou a banda gaúcha Oficial BR a percorrer um caminho de mais de uma década. O projeto começou com uma viagem para Santos, em São Paulo, logo após a morte de dois integrantes do CBJR – Chorão faleceu em 2013, seis meses depois, Champignon tirou a própria vida.
Foi a partir de um tipo de estratégia para lidar com o luto e homenagear ídolos que os integrantes da Oficial BR decidiram mergulhar no universo da produção do Charlie Brown Jr. para criar aquele que depois se tornou o maior tributo ao grupo no Brasil.
Ao longo do percurso, a Oficial BR realizou diversas turnês, como a do Sesc RS, que levou o som da banda a teatros em todo o Estado. Por experiência própria: quem ainda não presenciou um show deste tributo, precisa ver. Quem já viu, quer ver de novo. Confia em mim.
E já que eu, jornalista que escrevo essa reportagem, permiti a mim mesma abrir este parênteses, opino mais. De muitos shows nacionais e internacionais que tive o privilégio de assistir, dá pra contar em apenas uma mão aqueles que tiveram uma energia tão contagiante quanto shows da Oficial BR. A vibe que senti em shows de Aerosmith, Marisa Monte e Chitãozinho & Xororó, sem querer fazer exageros e melancolias, estão na mesma prateleira que este tributo pra mim. O espetáculo de homenagem tem ingredientes essenciais para resultar nisso: nostalgia, carisma, repertório estratégico e excelentes músicos.
Com o parênteses mais ou menos fechado, é preciso dizer que o caminho da Oficial BR é marcado por experiências de cicatrizes profundas – e por isso, citadas pelo vocalista Deividi Rodrigues como inesquecíveis. Um dos momentos que o grupo guarda com importância foi a apresentação na Fundação de Atendimento Sócio-Educativo (FASE) feminina em Porto Alegre, onde a banda levou música e esperança para meninas em situações delicadas. Outra apresentação que marcou foi a de retorno após a vitória de Deividi contra um câncer, em um show em Porto Alegre.
“Amamos música, amamos Charlie Brown, e música é minha alma, escrevi e compus o EP ‘Melhor que Ontem, Pior que Amanhã’, traduzindo minha vida. Fatos que aconteceram estão ali em forma de música, em nossa obra. E, claro, a energia do show é impagável, ver a galera emocionada cantando feliz é uma benção”, definiu Deividi. Além do vocalista, pesam mão no grupo Augusto Haack, Luan Maier e Pietro Rosso.
Ao longo de sua trajetória, a Oficial BR dividiu o palco com grandes nomes da música nacional, como O Rappa, CPM 22, Comunidade Nin-Jitsu, Armandinho, Rafa Machado e Serginho Moah. Mas como um sonho ainda não realizado está “subir ao palco principal do Planeta Atlântida ao lado dos integrantes originais do Charlie Brown Jr.”, idealiza o vocalista. Enquanto isso, num horizonte próximo está o lançamento do DVD Ao Vivo Oficial BR 12 anos, que pretende celebrar a trajetória, com momentos inéditos e a história contada pela própria banda.
Para a banda Oficial BR, fazer música é mais do que uma escolha: é uma necessidade vital. A paixão pelo Charlie Brown Jr. e o amor pela música impulsionam cada nota, cada verso, cada show.
No sábado (28), a banda tributo fará parte da programação de aniversário da Fat Bull, que inicia às 14 horas Rua Tapes, 503, em Novo Hamburgo. A Oficial BR se apresenta às 20 horas no evento, que será gratuito.
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