Gustavo Fallavena é daqueles artistas que mostra uma história que dialoga de um jeito honesto e direto. Começou cedo, aos 15 anos, e foi ganhando confiança até assumir os vocais de suas bandas. Um momento marcante, quando venceu um festival em Porto Alegre com uma música própria, foi a virada que lhe deu coragem para deixar a guitarra e se arriscar na frente do palco – mesmo que isso tenho sido sem um planejamento muito antecipado. Essa decisão transformou não só a carreira, mas também sua visão sobre o que é viver de música.
Por um imprevisto nesse festival, precisou assumir os vocais da banda que integrava. “O vocalista saiu da banda antes da final, e eu tive que tomar a frente. Naquele momento, vi que era possível, e a gente ganhou o festival,” relembra Gustavo. Esse episódio foi o impulso necessário para que ele investisse mais profundamente no seu talento como cantor e compositor.
Como muitos artistas, Gustavo enfrentou a dúvida sobre se poderia transformar a música em profissão, especialmente considerando a necessidade de trabalhar para garantir o sustento – e como diz Deia Freitas: só quem é classe trabalhadora sabe o que é ser classe trabalhadora. Porém, quando começou a atuar no mercado de eventos corporativos e casamentos, percebeu que era possível ganhar a vida fazendo o que ama. Em 2018, decidiu se dedicar integralmente à carreira musical e iniciou seu projeto solo, lançando seu primeiro single, “Lema da Montanha”, que contou com a coprodução do guitarrista Veco Marques, da banda Nenhum de Nós.
Em entrevista, Gustavo detalhou o momento em que tomou a decisão de apostar na música como carreira. “Foi um processo difícil, mas eu sabia que, se não tentasse naquele momento, poderia me arrepender no futuro. Tinha acabado de sair de um emprego e decidi que era hora de me dedicar integralmente à música,” afirma o músico, que também é pai e buscava equilibrar a vida profissional e familiar.
Ao falar sobre os desafios de sua jornada, Gustavo relembra um show realizado durante a pandemia, no Drive-in Air Festival, onde abriu a apresentação para a banda Nenhum de Nós. Pensa só: tocar para carros e faróis, sem ver os rostos das pessoas, tentando sentir a energia que atravessava o vidro dos automóveis. Foi um show bem atípico, mas carregado de emoção e aprendizado. “Foi uma experiência muito louca, tocar para carros e não para pessoas. A gente não via as reações do público, mas saber que estava levando a música para eles em um momento tão delicado foi inesquecível,” conta.
Hoje, Gustavo está em composição e produção, trabalhando em novas músicas e planejando um EP. Sua trajetória é marcada pelo amadurecimento e pela busca constante de se conectar com o público por meio da emoção. Ele cita que, no início, era mais técnico em suas apresentações, mas com o tempo, aprendeu a se conectar com suas emoções e transmiti-las ao público. Essa mudança se reflete em suas composições e performances, que são cada vez mais intensas e envolventes.
Ele acredita que a música é uma ferramenta poderosa para mudar o dia de alguém, mesmo que por alguns minutos.
E o sonho? Bom, para Gustavo, a parceria ideal é com quem vibra na mesma sintonia, com quem acredita na arte como um instrumento de emoção e verdade. Afinal, para ele, a música não é sobre cifras ou cifras (monetárias), mas sobre sentir e fazer sentir. Ao falar de nomes, mencionou artistas como Duca Leindecker, Vitor Kley, Thedy Correa, Samuel Rosa e Tiago Iorc como referências e potenciais parceiros.
Essa é a essência de Gustavo Fallavena: um artista que canta com a alma e quer, acima de tudo, compartilhar um pedaço de si com o mundo.
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