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SEGURANÇA

QUEDA DE 23,5%: redução de homicídios em São Leopoldo é destaque no Estado

Município foi o único da região de cobertura do Jornal VS que teve queda neste tipo de crime de janeiro a agosto em relação ao mesmo período do ano passado

Renata Strapazzon
Publicado em: 17/09/2024 às 07h:41 Última atualização: 17/09/2024 às 08h:18
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De janeiro a agosto de 2024 São Leopoldo registrou 13 homicídios consumados. O número é 23,5% menor que as 17 ocorrências registradas no mesmo período do ano passado. Da região de cobertura do Jornal VS, São Leopoldo foi o único município que apresentou queda neste indicador criminal, conforme dados da Secretaria da Segurança Pública (SSP/RS).

Segundo as forças de segurança, ações integradas contribuem para os índices alcançados na cidade



Segundo as forças de segurança, ações integradas contribuem para os índices alcançados na cidade

Foto: SSP/RS- Divulgação

Sapucaia do Sul manteve o número de ocorrências em ambos os períodos: 14. Esteio passou de quatro ocorrências para seis. Portão, que em 2023 havia registrado apenas um homicídio em oito meses, neste ano acumula quatro casos. E Capela de Santana passou de um para dois casos.

Dados destacados

Os resultados alcançados por São Leopoldo, fizeram a cidade se destacar no Estado. Na semana passada, os números da cidade foram apresentados durante encontro do programa do governo do Estado, RS Seguro, no Palácio Piratini, em Porto Alegre, e que reuniu representantes das forças de segurança pública para tratar da redução dos chamados crimes violentos letais intencionais (CVLI), entre eles os homicídios.

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Comandante do 25º Batalhão de Polícia Militar (25º BPM), o tenente-coronel Marcelo da Silva Bueno, destaca que os resultados positivos estão sendo obtidos na cidade por meio de um trabalho conjunto, realizado diariamente. Com relação ao trabalho desenvolvido pelo batalhão, o coronel destaca que ele é fundamentado em três ações.

As ações

“A primeira é a rearticulação dos Pontos Bases (PBs), aqueles locais em que nossas guarnições são colocadas em pontos e horários estratégicos do Município, fundamentada em dados de análise criminal, servindo de referência para os cidadãos de bem e prevenindo os crimes naquele raio de ação”, destaca o comandante.

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“A segunda ação são operações com dissuasão focada (específicas) e barreiras policiais instaladas em dias, horários e locais diversificados, também pautadas em mapas criminais de calor, resultando na apreensão de veículos e armas, bem como prisão de foragidos da Justiça. Já a terceira é o trabalho integrado entre as forças de segurança por meio dos setores de inteligência e dados de análise criminal, onde são trocadas informações entre os órgãos, bem como reuniões de governança no batalhão internamente com oficiais e sargentos”, pontua.

Inquéritos e prisões

De acordo com a delegada Marcela Ehler, que substitui interinamente a delegada Mariana Studart na Delegacia de Polícia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DPHPP) leopoldense, neste ano foram instaurados pela especializada 68 inquéritos e realizadas 70 prisões. Para ela, a queda no número de homicídios na cidade passa por alguns fatores.

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Foto: Reprodução

“A grande integração das polícias, a rápida resposta pelos órgãos da segurança pública, em especial as autuações em flagrante dos crimes de homicídio, que aumentaram em 2023 e 2024. Ainda, existe um combate firme ao crime organizado que insiste em ordenar os homicídios, com realização de operações especiais, tendo como base o Protocolo das Sete Medidas de Enfrentamento aos Homicídios, que concentra energia das polícias nos crimes contra a vida, aplicando uma série de medidas que atuam no foco dos homicídios”, esclarece.

Diretrizes para combate e prevenção

Conforme a delegada, o trabalho da Polícia Civil no combate e prevenção aos homicídios se baseia nas diretrizes do Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa da instituição os quais são: a rápida resposta aos crimes cometidos, sempre buscando a autuação em flagrante, a prisão de executores e mandantes, a responsabilização de lideranças, combate às organizações criminosas que insistirem em determinar homicídios e, por fim, busca-se causar o maior prejuízo às organizações criminosas por cada morte por elas causada.

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Entre as vítimas deste tipo de delito na cidade, Marcela conta que é complexo traçar um perfil que contemple todos ou quase todos os homicídios. “Anteriormente, como em quase todas grandes cidades, os homicídios estão ligados a facções. Mas podemos dizer, em 2024, por interferência das polícias, que menos da metade deles tem relação com o crime organizado. Alguns são crimes passionais, relacionados a fatos da vida, como desavenças pretéritas, por exemplo”, esclarece.

Feminicídios em alta

Na contramão dos homicídios, os feminicídios tiveram aumento em São Leopoldo. De janeiro a agosto foram três casos consumados na cidade em 2024. No mesmo período do ano passado havia sido um registro. Entre os casos deste ano, dois deles aconteceram num intervalo de quatro dias, em agosto.

No início de setembro, o tema foi abordado em reunião do Gabinete de Gestão Integrada Municipal (GGIM). Todos os autores dos casos consumados neste ano, dois deles maridos das vítimas e o outro irmão da mulher morta, estão presos.

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Em oito meses, a Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) registrou 1.785 ocorrências relacionadas à violência contra a mulher na cidade. Além da delegacia, São Leopoldo conta com a Patrulha Maria da Penha, da Brigada Militar, que neste ano tem 613 vítimas em atendimento e 1.840 visitas realizadas, e a Ronda Lilás, da Guarda Civil Municipal, que em quatro meses de atuação, atendeu 95 mulheres.

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